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Vivemos a era da disrupção, na qual modelos convencionais de negócios estão sendo desconstruídos. Em conformidade aos novos padrões de comportamentos sociais, presenciamos a implementação, numa velocidade impressionante, de novas formas e padrões de produtos e serviços, com adesão quase instantânea dos consumidores e, muitas vezes, resistência de governos e mercados.

A chamada economia compartilhada é uma nova forma de se relacionar com um mercado complexo e pujante – e de solucionar grandes demandas da sociedade por equidade, acessibilidade e qualidade, com preços mais justos. Aplicativos, redes sociais, buscadores, smartphones, entre outras tecnologias exponenciais, se transformam em meios para essa verdadeira revolução social do novo capitalismo, que vivenciamos no seu despertar.

O conhecimento agora tem mecanismos mais fáceis, rápidos e baratos para se acessar

Projeções internacionais estimam que, em 2030, teremos 430 milhões de ingressantes na educação superior em todo o mundo. Para atender a essa demanda no formato atual, não haveria nem tempo e nem recursos orçamentários para formar docentes, construir prédios, disponibilidade de equipamentos etc. Só no Brasil, temos hoje aproximadamente 7 milhões de alunos matriculados no ensino superior – e a meta para 2020 é de 15 milhões. Porém, nos grandes centros urbanos, temos mais de 25 milhões de adultos entre 25 e 45 anos sem ensino superior e uma demanda crescente de mão de obra qualificada, mesmo em cenário econômico recessivo.

Pesquisas entre alunos de educação superior na Europa mostram que, na percepção dos estudantes, 40% das horas em sala de aula são transmissão de informações que podem ser acessadas em um clique nos computadores, tablets ou smartphones. O conhecimento – que é difuso e está a cada dia mais disperso – agora tem mecanismos mais fáceis, rápidos e baratos para se acessar.

A demanda para a “disruptura” na educação superior é emergente. Novos provedores de ensino, sociedade, governos e mercado necessitam de um modelo educacional mais conectado aos desafios contemporâneos. Emergem no mundo novas formas de distribuição de ensino, metodologias e modelos de ensino e aprendizagem como Moocs, adaptative learning e metodologias ativas. Universidades precisam rever seu papel e retomar o protagonismo dessa discussão. Porém, para isso, terão de sair de sua zona de conforto e buscar mudanças e inovações “disruptivas” do seu modelo milenar de ensino e aprendizado.

Buscando construir um processo de ensino e aprendizado em conformidade com os desafios de um mundo em transformações, instituições do mundo inteiro estão se movimentando com a criação de programas híbridos, chamados de semipresenciais, que usam metodologias ativas para dar valor maior à experimentação e às trocas de conhecimento na sala de aula – e utilizam os ambientes virtuais de aprendizagem para disseminação de informação. Serão bem-sucedidas as universidades que souberem criar caminhos que permitam atender com mais eficiência às necessidades dos alunos e da sociedade atual. Um pensamento simples, mas, ao mesmo tempo, um desafio enorme e complexo para um setor que se mantém num formato tradicional há séculos.

Carlos Longo é pró-reitor acadêmico da Universidade Positivo e diretor da Associação Brasileira de Ensino a Distância (Abed). Leandro Henrique de Souza é professor e coordenador-geral da Pós-Graduação e Extensão da Universidade Positivo.
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