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Mais de 1,3 milhão de pessoas foram afetadas pela enchente histórica do Rio Grande do Sul.
Mais de 1,3 milhão de pessoas foram afetadas pela enchente histórica do Rio Grande do Sul.| Foto: EFE/Isaac Fontana

A maior enchente já vivenciada pelo Rio Grande do Sul, em inúmeros municípios, revela o quão guerreiro e resiliente é o seu povo. Profissionais das áreas de segurança e civis mostraram-se verdadeiros heróis ao arriscarem suas vidas pela do próximo, em condições materiais e climáticas extremamente difíceis e desafiadoras.

Inúmeras correntes de solidariedade, de muitas frentes, se estabeleceram em solo gaúcho, onde a população, visando preencher as lacunas do poder público, mobilizou-se a fim de atender aos necessitados e propiciar o enfrentamento às situações urgentes. A humanidade, também lema da bandeira rio-grandense, fez-se presente nos corações gaúchos e, tomara que as lágrimas nos olhos daqueles que perderam entes queridos, suas casas e seus bens, sejam secadas pela esperança de dias melhores, pela esperança de superação da dor e da angústia, pela esperança de reconstrução.

O desejo é que o nosso solo gaúcho e os gaúchos se reergam com a mesma força e garra que tiveram os imigrantes ao chegarem aqui, com escassos recursos, muita bravura e, é claro, com olhos preenchidos de confiança no futuro. Espera-se que a triste catástrofe gere ações realmente efetivas no que compete aos poderes públicos envolvidos (em suas três esferas), no intuito de obter soluções sólidas e técnicas, com base em planos de prevenção e planejamento, a fim de que eventos climáticos possam ter suas consequências e impactos minimizados, com vistas a reconhecer a peculiaridade geográfica de cada município atingido, entendendo-se que existe uma capilaridade e complexidade por trás do todo.

Que se possa, depois de esgotado o enfrentamento imediato que a situação requer, de forma racional, compreender as raízes do problema, sejam elas de ordem estritamente técnica ou aquelas inerentes à estrutura deficitária ou inoperante existente nos órgãos governamentais. Ainda, não é vago sublinhar que a atuação dos órgãos de fiscalização, como o Ministério Público, serão de extrema importância não só no âmbito futuro-preventivo, mas sobremaneira no de reconstrução e aplicação dos recursos públicos ou privados destinados para tal, no escopo de impedir que cenários de corrupção e ineficiência de gestão façam parte deste lamentável capítulo, assegurando a eficiência e transparência das ações.

Por fim, que as boas sementes de oração, força e solidariedade sejam ainda mais lançadas neste chão, pois recordemos do trecho da música que diz “É o meu Rio Grande do Sul, Céu, Sol, Sul, terra e cor, onde tudo o que se planta cresce e o que mais floresce é o amor”.

Caroline Bauer é advogada.

Conteúdo editado por:Jocelaine Santos
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