A maior enchente já vivenciada pelo Rio Grande do Sul, em inúmeros municípios, revela o quão guerreiro e resiliente é o seu povo. Profissionais das áreas de segurança e civis mostraram-se verdadeiros heróis ao arriscarem suas vidas pela do próximo, em condições materiais e climáticas extremamente difíceis e desafiadoras.
Inúmeras correntes de solidariedade, de muitas frentes, se estabeleceram em solo gaúcho, onde a população, visando preencher as lacunas do poder público, mobilizou-se a fim de atender aos necessitados e propiciar o enfrentamento às situações urgentes. A humanidade, também lema da bandeira rio-grandense, fez-se presente nos corações gaúchos e, tomara que as lágrimas nos olhos daqueles que perderam entes queridos, suas casas e seus bens, sejam secadas pela esperança de dias melhores, pela esperança de superação da dor e da angústia, pela esperança de reconstrução.
O desejo é que o nosso solo gaúcho e os gaúchos se reergam com a mesma força e garra que tiveram os imigrantes ao chegarem aqui, com escassos recursos, muita bravura e, é claro, com olhos preenchidos de confiança no futuro. Espera-se que a triste catástrofe gere ações realmente efetivas no que compete aos poderes públicos envolvidos (em suas três esferas), no intuito de obter soluções sólidas e técnicas, com base em planos de prevenção e planejamento, a fim de que eventos climáticos possam ter suas consequências e impactos minimizados, com vistas a reconhecer a peculiaridade geográfica de cada município atingido, entendendo-se que existe uma capilaridade e complexidade por trás do todo.
Que se possa, depois de esgotado o enfrentamento imediato que a situação requer, de forma racional, compreender as raízes do problema, sejam elas de ordem estritamente técnica ou aquelas inerentes à estrutura deficitária ou inoperante existente nos órgãos governamentais. Ainda, não é vago sublinhar que a atuação dos órgãos de fiscalização, como o Ministério Público, serão de extrema importância não só no âmbito futuro-preventivo, mas sobremaneira no de reconstrução e aplicação dos recursos públicos ou privados destinados para tal, no escopo de impedir que cenários de corrupção e ineficiência de gestão façam parte deste lamentável capítulo, assegurando a eficiência e transparência das ações.
Por fim, que as boas sementes de oração, força e solidariedade sejam ainda mais lançadas neste chão, pois recordemos do trecho da música que diz “É o meu Rio Grande do Sul, Céu, Sol, Sul, terra e cor, onde tudo o que se planta cresce e o que mais floresce é o amor”.
Caroline Bauer é advogada.
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