As inovações podem ser incrementais (melhoria em um produto ou serviço existente) ou disruptivas (criação do novo, surpreendendo o mercado). O termo “inovação disruptiva” foi primeiramente utilizado em um artigo de Clayton M. Christensen, datado de 1995, denominado Disruptive Technologies: Catching the Waves. Dois anos após, o ilustre professor da Harvard Business School publicou o livro O Dilema da Inovação, que ainda é bastante atual. Com o passar do tempo, no entanto, o termo “disrupção” começou a ser utilizado de forma incorreta, designando toda e qualquer inovação.
A Tesla começou suas atividades em 2003, a partir do sonho de dois engenheiros: Martin Eberhard e Marc Tarpenning. O inventor sul-africano Elon Musk (que também tem cidadania americana) entrou como investidor um ano depois e assumiu o cargo de presidente do Conselho Administrativo. Eles acreditavam que conseguiriam produzir veículos elétricos em substituição aos de combustão.
Graças à obstinação de Elon Musk, a Tesla venceu e tornou-se líder em inovações disruptivas
A BBC fez uma revisão dos primeiros carros produzidos, ressaltando tantos problemas que a Tesla entrou com uma ação por difamação contra a emissora de TV. A empresa lançou o seu segundo modelo, o “Modelo S”, no momento em que Elon Musk assumiu como CEO para tentar conter uma grande crise que quase levou a companhia à bancarrota.
Depois de receber um investimento de US$ 40 milhões, Elon Musk enfrentou um problema adicional em 2009: um recall de segurança que chamava a atenção para um problema sério de parafusos nas rodas traseiras. Martin Eberhard entrou com uma ação contra Elon Musk, sendo que os dois fundadores logo deixaram a companhia. Em 2010, a empresa Tesla entrou com um IPO (Initial Public Offering) na Nasdaq e, com o dinheiro, abriu sua própria fábrica em Fremont, na Califórnia. Em 2013, sete veículos pegaram fogo, alguns por causa de acidente e outros por defeito de fabricação, pois incendiaram-se parados, enquanto carregavam. Elon Musk direcionou todos os funcionários para a área de vendas e a empresa passou a vender carros em shopping centers.
Em 2015, o cenário da Tesla começou a mudar. O Modelo S passou de 100 mil unidades vendidas e o Modelo X foi entregue. Os carros receberam uma atualização, com o piloto automático, tornando-se semiautônomos. Em 2020, suas ações valorizaram mais de 700%. Em 2021, a Tesla passou a ser a quinta empresa mais valiosa do S&P 500 – um dos mais conhecidos índices do mercado financeiro. A Tesla demonstrou, como valor de mercado, mais de US$ 700 bilhões. Graças à obstinação de Elon Musk, a empresa venceu e tornou-se líder em inovações disruptivas.
Marcos de Lacerda Pessoa, engenheiro civil, mestre em Engenharia, Ph.D. pela Universidade de Birmingham (Inglaterra), pós-doutor e fellow no MIT, é diretor do Centro de Letras do Paraná, apresenta o programa “Marcos de Inovação” nas TVs da Uninter e é autor de livros sobre inovação.
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