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Inovação vem sendo o grande diferencial das empresas e das organizações e, por consequência, de cidades e países. Os países mais inovadores, como Coreia do Sul, Suécia, Estados Unidos, Japão e Alemanha, estão entre aqueles que apresentam os melhores índices sociais, econômicos e educacionais do planeta.

As empresas mais inovadoras geram melhores empregos e riqueza de maior valor agregado, utilizam os recursos naturais de forma sustentável e estão mais comprometidas com o bem-estar social. Além disso, em geral, pagam acima da média, oferecem melhores condições de trabalho e crescem mais que as concorrentes.

É importante que se encontrem novas fontes de aporte de recursos ao Fundo Paraná

A inovação depende de diferentes fatores, dois dos quais são aqui destacados. O primeiro deles é o apoio de investimento em ciência e tecnologia. O Fundo Paraná, instrumento de apoio a projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação (P&D+i), deve ter o provimento de 2% da receita tributária do estado. No entanto, com o difícil cenário econômico provocado pela atual crise que atinge o país todo, os estados estão reduzindo os seus investimentos em P&D+i, e o governo paranaense terá dificuldade em aportar recursos ao Fundo Paraná.

No estado, iniciativas como as do Fórum Futuro 10 e do Movimento Pró-Paraná têm sido muito válidas, pois despertam a sociedade para a relevância da inovação em construir o futuro do estado, além de formularem propostas e estimularem ações. Porém, e tendo em vista que não há país no mundo que possua um bom sistema de inovação sem o auxílio de recursos públicos, urge que todas as forças vivas da sociedade paranaense se unam a essas iniciativas, mobilizem-se e usem toda a sua potencialidade criadora para ajudar o governo a encontrar novas formas de captar e aportar recursos ao Fundo Paraná, na totalidade dos 2% da receita prevista.

O segundo fator a salientar aqui é o ecossistema da inovação, que deve ser fortalecido pela integração entre universidades, governos e empresas para facilitar e solucionar os problemas relacionados à competitividade. É preciso que as universidades despertem suas comunidades de alunos e professores para o valor de um empreendedorismo inovador, através de cursos, seminários, palestras e outras atividades. E é necessário (1) dar visibilidade às pesquisas realizadas nas universidades; (2) que se fomente, sim, P&D+i com ações transversais; e (3) que se conectem os problemas de mercado com as pesquisas das universidades, as quais devem assumi-los de acordo com as suas competências acadêmicas.

Sendo a inovação instrumento alavancador do desenvolvimento sustentável, é soberanamente importante que se encontrem novas fontes de aporte de recursos ao Fundo Paraná. Mas não é só isso: na outra ponta, precisamos de mais formação para o empreendedorismo inovador e de pesquisas de toda ordem, vinculadas a aplicações práticas. Finalmente, é necessária a consciência de que é somente pelo engajamento do capital humano que nos tornaremos capazes de atender às demandas sociais e produzir, como consequência, um futuro cada vez mais promissor para todos, um verdadeiro Paraná melhor!

Marcos de Lacerda Pessoa, engenheiro civil, é mestre em Engenharia pela USP, mestre em Filosofia e Ph.D pela University of Birmingham (UK) e pós-doutor e researchfellow pelo MIT (EUA).
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