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| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Insurgente é um termo utilizado para adjetivar alguém que se revolta contra algo, sendo considerado um rebelde. Um indivíduo ou um grupo insurgente é aquele que possui opinião ou ideologia contrária a de um poder em vigência, tomando uma postura contrária e revolucionária contra este modelo indesejado. A saga de Insurgente faz parte da trilogia que começa com Divergente e termina com Convergente. A ideia é salvar o mundo corrompido e sem esperança por meio do fim do controle da informação.

Com um novo governo “defensor da Constituição, da democracia e da liberdade”, nas próprias palavra do presidente Jair Bolsonaro, é importante dar continuidade ao apoio necessário para que as mudanças possam se efetivar. Os insurgentes constituem exatamente o grupo capaz de garantir a mobilização frente à necessidade de construir iniciativas de pressão, que vão desde as denúncias de abusos e privilégios até a exigência por democratização do Judiciário.

O insurgente utiliza bem as redes sociais e sabe onde quer chegar

Dotado de sofisticação tecnológica, o insurgente utiliza bem as redes sociais e sabe aonde quer chegar, qual público atingir, que mensagem priorizar. Os ideais nascidos da simples indignação popular, agora ocupam um espaço visível na influência política. O maior desafio dos insurgentes será evitar que aquilo que eles mais combateram no passado possa prosperar. Com a escolha de seus líderes na última eleição, os insurgentes podem se organizar melhor para planejar suas ações. Fazem parte dessa geração conectada que escolhe lutar e reivindicar por meio de um celular. Suas postagens causam impacto, alcançam muitos seguidores e definem pautas até então deixadas de lado. Eles sabem exatamente o político que vai representá-los. Mas não temem cobrar na rede as promessas não cumpridas ou criticar atos que contradizem os discursos políticos.

Os novos movimentos de brasileiros sem dono, sem coleira, sem arreios não serão chamados pela imprensa de “movimento social”, expressão diante da qual muita gente se ajoelha. Serão conhecidos como movimentos de indivíduos livres, que podem tratar de temas polêmicos com independência. E é disso que o país precisa desesperadamente: de indivíduos que defendam interesses públicos sem confundi-los com seus interesses pessoais. Eles representam a verdadeira sociedade. Querem a volta da credibilidade dos meios de comunicação e a volta dos leitores perdidos. Acreditam que a mídia deve se limitar a informar os fatos, sob todos os ângulos possíveis, ao invés de inventar “estórias” e narrativas pré-concebidas nas quais o bonzinho e o malvado já estão predeterminados antes da apuração “imparcial” do ocorrido. Os insurgentes pressionam os profissionais a serviço das grandes mídias a abdicar da militância político-partidária disfarçada de jornalismo. Reproduzem o que a imprensa tradicional publica e apontam as contradições, as distorções, ajudando a compreender possíveis manipulações de conteúdo.

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Se os profissionais da grande imprensa têm o direito de criticar, acusar e tantas vezes destruir reputações, eles também estão sujeitos a críticas e boicote por parte do cidadão comum. A liberdade de expressão não é monopólio das redações da grande imprensa, mas sim direito de todo cidadão. É corolário do princípio da liberdade de expressão, consagrado na Constituição da República Federativa Brasileira, no Art. 5º, inciso IX. Quando, durante a campanha eleitoral, a mídia resolveu tomar partido contra a candidatura de Bolsonaro e contra a maioria do público e desde a eleição, passou a tratar o governo como ilegítimo, coube aos insurgentes apontar essa distorção da realidade.

A política e a grande mídia será cada vez mais vulnerável à mobilização dos insurgentes. Graças às novas tecnologias, a realidade ficou mais segmentada, sujeita a diversas abordagens e ao mesmo tempo, mais transparente. O que acontece no Japão pode rapidamente chegar ao conhecimento de pessoas que moram do outro lado do globo terrestre. Não se pode tolerar quando chamam os insurgentes de “milícia digital” ou qualquer outro termo de forma a desqualificar a opinião diversa que apresentem, mesmo se de forma agressiva ou grosseira. Somente as fake news devem ser banidas e combatidas. A diversidade precisa ser tolerada. Hoje, vive-se em meio a uma guerra de narrativas e as redes sociais atuam como o contraponto ao poderio midiático da grande imprensa. A ideia não é tomar o lugar dos veículos de comunicação tradicionais. A ideia é colocar um ponto final às fake news que divulgam, como se notícia falsa fosse um produto exclusivo do mundo digital. Se as redes se tornarem a grande imprensa, talvez esse seja um sinal de que a neutralidade da mídia clássica esteja em xeque: o público cansou da enxurrada de matérias com viés ideológicos dos últimos tempos.

Carlos Arouck, formado em Direito e Administração, é policial federal e instrutor de cursos na área de proteção, defesa e vigilância.
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