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 | Felipe Lima
| Foto: Felipe Lima

Dias atrás, me deparei com muitas notícias sobre o protesto “Vai ter shortinho sim”. Trata-se da manifestação de garotas com uma média de 13 anos, reivindicando o direito de usar shorts curtos dentro do ambiente escolar. A justificativa é de que a proibição da vestimenta em específico fere os direitos humanos e a equidade entre os gêneros, uma vez que aos meninos é permitido o uso de bermudas. Só eu vejo muitas coisas erradas no mesmo protesto?

Observando as fotos das ativistas mirins, pude perceber que muitas usavam shorts tão curtos que deixavam de fora parte dos glúteos. Não é difícil raciocinar: se fosse apenas uma questão de igualdade de gênero, elas estariam usando bermudas com o mesmo comprimento de tecido que os meninos. Não, não se trata mais de igualdade entre os sexos: o movimento feminista quer uma revolução na qual o sexo feminino seja privilegiado.

O feminismo tem uma propaganda irresistível. Slogans como “meu corpo, minhas regras”, “pelo fim da violência contra a mulher” e “eu não mereço ser estuprada” incendeiam o coração das moças que querem lutar, sem saber exatamente pelo quê. Mas quantas vezes vemos, nas mídias sociais, feministas perseguindo outras mulheres que não concordam com esse movimento? Mulheres de direita, apolíticas, pró-vida, heterossexuais e religiosas são as que mais sofrem. Todos os dias elas ouvem das feministas “espero que você seja estuprada para poder precisar do feminismo”.

Quantas vezes vemos feministas perseguindo outras mulheres que não concordam com esse movimento?

Os caminhos na luta pela igualdade

Para alguns historiadores, o feminismo é a maior revolução de todos os tempos, pois modificou a cultura da sociedade sem fazer uso de armas.

Leia o artigo de Tania Tait, coordenadora da ONG Maria do Ingá-Direitos da Mulher

A mulher feminista se tornou sinônimo de histeria e ódio; o imaginário popular a transformou em chacota e foram elas mesmas que conseguiram banalizar palavras e contextos de extrema seriedade, fazendo uso indevido, por exemplo, da palavra “estupro”. Feministas usam a palavra repetidamente em qualquer situação de assédio sexual, ou mesmo cantadas e olhares de desejo. Como lutar contra o estupro e os estupradores se a banalização das feministas fez grande parte das pessoas não levarem a sério outros casos de mais importância?

Não é de hoje que as feministas desenvolveram mecanismos para colocar a segurança da mulher em risco. O apoio aos travestis e transexuais para compartilhar o banheiro feminino coloca em risco toda mulher e menina que queira adentrar o espaço para suas necessidades, beneficiando qualquer homem mal-intencionado, pois, de acordo com a ideologia de gênero – vastamente apoiada pelo movimento feminista –, “para ser mulher basta sentir-se mulher”. Absurdo ao qual o governo esquerdista dá margem para facilitar a violência contra as mulheres, criando um novo espaço para a perpetuação da agressão.

Se o feminismo quiser sobreviver, terá de falar menos sobre aborto: a mulher brasileira não quer sua legalização. Que as feministas levantem dos sofás e sejam voluntárias em instituições para recuperar mulheres de relacionamentos abusivos e de violência sexual. Juntem-se a ONGs que resgatam mulheres e crianças das mãos do turismo e da exploração sexual, bem como do tráfico de pessoas. Cuidem das mulheres que estão grávidas e em situação de risco, encaminhem-nas para uma casa pró-vida, para que elas sejam acolhidas com dignidade e tenham acesso gratuito ao pré-natal, parto e a um pós-parto de qualidade, bem como acesso a cursos profissionalizantes e encaminhamento para emprego.

Quem sabe assim o feminismo possa ajudar de verdade as mulheres, em vez de ser uma luta tornada imaginária por suas próprias militantes em busca de preenchimento do ego.

Sara Winter, ex-membro do grupo feminista Femen, é palestrante e escritora.
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