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Nunca nos esqueçamos que é graças às mulheres corajosas e ousadas do passado que hoje usufruímos da liberdade de sermos nós mesmas
Nunca nos esqueçamos que é graças às mulheres corajosas e ousadas do passado que hoje usufruímos da liberdade de sermos nós mesmas| Foto: Pixabay

Além do dia 8 de março, conhecido como Dia Internacional da Mulher, o leitor sabia que também existe o Dia Nacional da Mulher? É claro que a mulher deve ser valorizada nos 365 dias do ano, mas ter uma data nacional, comemorada em 30 de abril, mostra que nós devemos continuar clamando por respeito e igualdade.

A data foi escolhida em homenagem ao dia de nascimento da enfermeira Jerônima Mesquita, nascida em 1880, em Minas Gerais. Uma importante líder, Jerônima se destacou na luta pelo sufrágio feminino e pelos direitos das mulheres durante a maior parte de sua vida. Foi uma das fundadoras da Liga pela Emancipação Intelectual da Mulher, em 1918, que viria a se tornar a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, em 1922.

Infelizmente, a data não é tão conhecida quanto ao 8 de março. Entretanto, o 30 de abril marca uma luta de conquistas em território nacional que deve ser sempre lembrada e valorizada. Afinal, nós, brasileiras, merecemos exaltar os grandes símbolos femininos do nosso país.

Quando você olha para sua família, quantos exemplos femininos de força e garra você reconhece? Eu tenho muitos, mas destaco aqui a minha mãe. Cresci em uma família muito humilde, muitos irmãos, poucas possibilidades, mas dona Eloina, mulher que teve 15 filhos, sendo seis mulheres, me deu lições de grande valor. Lembro-me das nossas conversas em frente ao fogão de lenha. Foi a mãe que nunca reclamou de cansaço nas suas idas diárias até o INSS, às 4 horas, para servir café às pessoas que esperavam na fila, como uma forma de ajudar nas despesas da casa. Talvez ela nunca tenha sabido, mas foi uma grande impulsionadora para que eu pudesse trilhar um caminho que teve obstáculos e desafios, mas sempre com muita determinação. Ela me ensinou que nós, mulheres, não nascemos amadoras; pelo contrário, somos fortes e merecedoras do melhor em nossas vidas.

Como mulher, busco, todos os dias, honrar minha família e inspirar outras mulheres para que não desistam de seus sonhos. Pode ser o sonho de estudar, de prosperar financeiramente, de garantir o sustento dos seus filhos, de ter uma casa própria, de buscar sua autoestima, ou simplesmente de sermos quem queremos ser.

Ser mulher, mesmo nos dias de hoje, ainda não é tarefa fácil. A sociedade evoluiu bastante, mas ainda lidamos com a subestimação de diversas de nossas capacidades, mesmo que, paradoxalmente, sejamos consideradas polivalentes por natureza.

O Dia Nacional da Mulher reforça a importância do direito ao estudo, ao crescimento profissional, à liderança corporativa, ao empreendedorismo, ao respeito igualitário, aos relacionamentos saudáveis. Por isso mesmo, a data carrega tanta luta e conquista, pois representa a nossa força e as nossas conquistas, além de todas as vitórias que virão.

Somos mulheres batalhadoras e resilientes. Somos empresárias, advogadas, diaristas, vendedoras, médicas, jornalistas, engenheiras, motoristas, estudantes, donas de casa, mães, avós. Somos múltiplas, mas também singulares, cada uma com sua força e sua essência. Ademais, que nunca nos esqueçamos que é graças às mulheres corajosas e ousadas do passado que hoje usufruímos da liberdade de sermos nós mesmas.

*Clemilda Thomé, filha de pais agricultores, foi uma das primeiras empresárias no Brasil a se tornar bilionária, ao vender sua empresa Neodent para uma multinacional suíça, e integra o Conselho de Administração da DSS Holding.

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