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Nova forma de gestão sustentará a saúde
| Foto: Pixabay

A tecnologia vem sendo aplicada na saúde com bastante entusiasmo para uma vida mais longeva e de qualidade. Por isso, ela não deve ser vista como vilã em relação aos custos médicos. Estimativas globais apontam que de 40% a 50% do aumento dos gastos com saúde está relacionado aos avanços tecnológicos. Mas o investimento em novos sistemas é extremamente necessário e justifica o gasto.

Um aparelho implantado para um diagnóstico mais preciso traz economia em outros fatores que “pagam” a sua compra. Fala-se muito no uso da tecnologia para reduzir internações, ser mais efetivo em um tratamento, mas há uma série de outras economias a partir do avanço tecnológico e que surgem como novo modelo de gestão administrativa sustentável.

É preciso entender quais gastos deve-se ou não arcar olhando para o cenário atual. O setor de saúde no Brasil movimentou R$ 540 bilhões em 2018, de acordo com o Ministério da Saúde.

A chamada medicina de precisão será responsável por monitorar a saúde a todo tempo

A variação dos custos médico-hospitalares, chamada de inflação médica, chegou a 16,9% no ano passado, de acordo com o Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS). Para 2019, há estimativa novamente de crescimento. Essa inflação é composta pelo uso dos serviços. Em 2018, a quantidade de consultas e exames aumentaram 9,5% e 10,1%, respectivamente, em comparação a 2017. Quando pensamos em remédios, o IPCA mostrou em 2019 a maior alta nos preços desde 2016 (2,25%).

Esses valores estão diretamente ligados aos serviços de saúde, que hoje são baseados em parâmetros de mercado desproporcionais, com tabelas genéricas para nortear as atividades de todo o setor.  Para lidar de maneira real com tais gastos, uma boa gestão auxilia na correta distribuição e uso de insumos. Para cada finalidade, por exemplo, a divisão inteligente otimiza o uso e as quantidades de esparadrapos, seringas, medicamentos até o final do tratamento, sem excessos ou faltas.

Análises e interpretação de dados a partir de big data e inteligência artificial também são mecanismos eficazes para a solução de uma patologia, diminuindo tentativas (e erros) e tempo de tratamento de um paciente. Consequentemente, há uma redução em toda a cadeia, de exames desnecessários a remédios que não atingiram o resultado. Essas tecnologias permitem indicar o melhor protocolo para o caso, de acordo com situações semelhantes que tiveram sucesso.

Leia também: Plano de saúde ou plano de doença? (artigo de Cadri Massuda, publicado em 14 de junho de 2018)

Leia também: Os prejuízos da onipresença do Judiciário na Saúde (artigo de Sandra Franco, publicado em 31 de maio de 2019)

Outra metodologia de gestão é acompanhar o tratamento fora do ambiente hospitalar. A chamada medicina de precisão será responsável por monitorar a saúde a todo tempo. O monitoramento poderá responder se o tratamento está sendo efetivo ou se é melhor interromper o remédio, recolher o sobressalente e oferecer um novo.

Essa gestão calculada levará a medicina atual a outro patamar, muito mais tecnológico e rentável, que vai adaptar o tratamento a cada indivíduo e situação.

A expectativa de gastos em todo o mundo com saúde digital até 2021 é de 280 bilhões de dólares. Tudo isso aliado aos mais de 2.300 exabytes de saúde (cada exabyte corresponde a um bilhão de gigabytes) que serão coletados até 2020, por meio da tecnologia aplicada a exames, monitoramentos e consultas, segundo a Universidade de Standford (EUA).

Tatiana Giatti é diretora executiva da Saúde Concierge.

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