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Comemoramos amanhã os 50 anos de fundação da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR). É mesmo o jubileu de ouro de um casamento feliz entre o apostolado e a ciência, dentro do espírito pedagógico dos irmãos maristas de São Marcelino Champagnat, pois a tarefa perene da evangelização, no mundo atual, passa necessariamente pela manutenção da vitalidade da fé quando confrontada com os avanços notáveis da ciência e da pesquisa, como destacou o reitor Clemente Ivo Juliatto em Um jeito próprio de evangelizar.

Pois, como se testemunha pela história, desde a fundação das primeiras universidades europeias, no século 12, por iniciativa da Igreja, o objetivo é consolidar as verdades da fé por meio da observação do mundo criado, que não estaria em contradição com a religião, pois ambos tinham como origem um mesmo criador. A obra notável de São Tomás de Aquino, no século seguinte, veio confirmar esta confiança.

Foi então que as vicissitudes posteriores da ciência tentando destruir os fundamentos da religião não conseguiram abalar os fundamentos do verdadeiro conhecimento, este o desiderato maior a que se propuseram as universidades católicas, dentro de uma pedagogia de pesquisa e ensino voltados para a dignificação do ser humano, tudo dentro do espírito fraternal do cristianismo.

Como se sabe, a PUCPR teve como seu grande idealizador o então arcebispo metropolitano de Curitiba, dom Manuel da Silveira D’Elboux, que logo que chegou a Curitiba, em 8 de dezembro de 1950, incentivou os maiores líderes do estado a promover esforços no sentido de criar novas instituições de ensino, contando então com a colaboração decisiva do Círculo de Estudos Bandeirantes (em funcionamento desde 1919), de José Loureiro de Ascenção Fernandes, Mário Braga de Abreu, Carlos Franco Ferreira da Costa, Antonio Franco Ferreira da Costa, Manoel Lacerda Pinto, Homero Batista de Barros, Mons. Vicente Vítola, Ir. Cláudio Girardi, entre outros.

Fundada em 14 de março de 1959, sob o comando dos irmãos maristas, conforme decidiu dom Pedro Fedalto, a PUCPR vem, desde aquela época, se consolidando como exemplar instituição de ensino superior, estando hoje presente, com seus campi avançados, nas principais cidades paranaenses, contribuindo assim decisivamente para o seu desenvolvimento social e cultural.

Isto não obstante, não se pode deixar de realçar o notável trabalho social que a PUCPR desenvolve no seio das comunidades, principalmente daquelas carentes, nas quais professores e alunos, deixando o ambiente restrito das salas de aula, disponibilizam horas de trabalho voluntário de assistência e apoio a populações marginalizadas e carentes.

A universidade em busca da excelência, este é o título do mais recente trabalho pedagógico do reitor Clemente Ivo Juliatto, que nele nos oferece uma indicação segura dos próximos passos que a PUCPR vai perseguir, corroborado pelo trabalho construtivo com o qual, desde sua fundação, a instituição teve o privilégio de contar pelas mãos dos ex-reitores dom Jerônimo Mazzarotto, professores Oswaldo Arns e Euro Brandão, bem como de seus docentes e funcionários.

Finalmente, a PUCPR não seria o que é hoje não fosse o trabalho e a competência de notáveis líderes maristas, como o irmão Ruperto Felix, Paulo Wodonos, Luiz Albano e tantos outros, cujas vidas não tiveram outro objetivo senão consolidar na juventude o ideário marista, pois, como expressou dom Moacyr José Vitti, arcebispo metropolitano de Curitiba, "A universidade católica tem de desenvolver com fidelidade sua especificidade cristã, visto que possui responsabilidades evangélicas... de encontrar o diálogo entre fé e razão, fé e cultura, e a formação de professores e alunos e pessoal administrativo por meio da Doutrina Social e Moral da Igreja, para que sejam capazes de compromisso com a dignidade humana, de serem solidários com a comunidade e mostrarem profeticamente a novidade que representa o cristianismo na vida da sociedade".

Antonio Celso Mendes é professor da Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUCPR).

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