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Uma criação da chamada "mãe do PAC", o Programa de Aceleração do Crescimento, não representa nem 1% do PIB e serve somente para comício eleitoral, pura demagogia, pois os problemas de infraestrutura continuam

Na minha perspectiva, ao contrário de 80% dos brasileiros que dizem aprovar seu governo, Lula é um fracasso. Dúbio e demagogo, está condenando o Brasil atual e suas futuras gerações. E o que é pior: na onda que envolve desde a população mais carente do país, principalmente a dos estados nordestinos, a inclusive empresários muitíssimo oportunistas, estabelecidos nas regiões mais ricas do Brasil, está conseguindo consolidar um projeto de poder na figura de uma desconhecida que se torna símbolo desse plano.

Digamos que sejam verdadeiros esses níveis de aprovação de Lula. É um grande mérito para um presidente, especialmente um ex-metalúrgico que diziam meter medo em quase em todos os brasileiros, mas que nunca causou medo algum junto aos seus patrões. Dentre seus méritos, está o fato de ter amadurecido e não ter levado a cabo o ideário do PT, que pregava a ruptura das instituições e a uma política econômica mais do que equivocada. Lula manteve a política econômica recebida de seu antecessor, o que ele nunca admite, deixou Henrique Meirelles no Banco Central e surfou na onda do crescimento econômico mundial. O país estava bem preparado, econômica e politicamente, pelo seu antecessor para viver bem com instituições sólidas: democracia, liberdade e estabilidade. Por outro lado, Lula demonstrou sempre que humildade não faz parte de seu vocabulário. Com inegável poder de persuasão e suas bolsas-esmolas, convenceu a população de que tudo foi obra dele e de mais ninguém. Aproveitando-se desses fatos, de sua alta popularidade e por se considerar o Messias, pintou e bordou, fez o que quis e o que não quis, e pode deixar um temível legado para o Brasil.

Vejamos: ética também não existe no vocabulário lulista. A desonestidade e a corrupção foram sempre minimizadas, demonstrando que o crime compensa. Há inúmeros episódios, mas cito os do mensalão, dos cartões corporativos, do dinheiro nas cuecas, do Celso Daniel, da quebra do sigilo bancário de 2,6 mil contribuintes, desde o do caseiro ao da família do José Serra etc. Tudo isso não passa de "factoides", ele costuma dizer e repetem seus áulicos. Enquanto isso e ao lado desses descalabros, a carga tributária aumentou; a situação fiscal deteriorou-se, com o aumento dos gastos governamentais passando de 4,2% para 8,8% do PIB; a dívida interna está em quase R$ 2 trilhões etc. Há inchaço da máquina pública "como nunca se viu neste país", com a criação de milhares de cargos para os partidários do PT, aumento da burocracia com normas conflitantes, volta crescente de estatizações.

Uma criação da chamada "mãe do PAC", o Programa de Aceleração do Crescimento, não representa nem 1% do PIB e serve somente para comício eleitoral, pura demagogia, pois os problemas de infraestrutura continuam. As promessas de reformas trabalhista, política, tributária ou previdenciária, vitais para o país, ficaram em promessas. A tentativa de amordaçar a imprensa, criar órgãos reguladores de controle da informação, censurar blogs ou jornalistas e até demiti-los com a tentativa de intimidá-los, mostra a verdadeira face ditatorial de Lula, minimizada por custos fantásticos da propaganda governamental em veículos complacentes com o governo.

Continuemos: na diplomacia, Lula é um fiasco, não conseguindo nenhuma indicação para organizações internacionais; em termos de política externa é desastroso, apoiando ditadores como os irmãos Castro, Morales, Chávez, Correa, Zelaya e Ahmadinejad, todos antidemocratas convictos. Sua omissão na expulsão dos boxeadores cubanos e na greve de fome do ativista político também de Cuba, além do asilo ao terrorista italiano Battisti, mostram muito bem sua índole.

Na política interna, Lula ressuscitou e apoiou políticos sem nenhum escrúpulo como Fernando Collor, a família Sarney, Jader Barbalho, Renan Calheiros, Michel Temer, além de uma legião de nomes que deveriam estar banidos há tempos da política nacional ou na cadeia. Ao mesmo tempo faz (e nega veementemente) um descarado aparelhamento de Estado, com o apoio das centrais sindicais, do MST, promovendo o uso – e abuso – da máquina pública. Quando o corporativismo do PT e seus tentáculos confundem-se com o Estado, há um sério risco para a democracia. Os petistas controlam os postos-chave do governo, com um orçamento de quase R$ 1 trilhão. As instituições do Estado passaram a ser subservientes ao interesses do PT e não ao restante da população. Isso é tão fácil de perceber que incomoda a qualquer brasileiro que não tenha seu rabo preso ao governo, e que demonstra a verdadeira face "democrata" do Lula. E o pior de tudo é que ele, com o endosso de fortes setores empresariais e financeiros, que fazem de conta que não estão enxergando nada por conta de seus interesses, apoia como candidata à sua sucessão uma ex-terrorista que assaltou, sequestrou e atentou contra a vida de brasileiros. Ela, sem nenhuma experiência administrativa, quer perpetuar os tentáculos malévolos de seu partido, o PT, e de seu criador, o Lula.

Cláudio Slaviero, empresário, é ex-presidente da Associação Comercial do Paraná e autor do livro A vergonha nossa de cada dia.

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