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12 de dezembro de 2015 foi uma data histórica para humanidade. A 21.ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP21), realizada em Paris, teve como resultado final um ambicioso acordo que promete trazer esperanças ao futuro incerto do planeta.

Instituída em 1992, anualmente a conferência reúne 195 países e a União Europeia para discutir o desenvolvimento sustentável global. Em 2015, com a presença de 45 mil participantes, ao contrário do que foi visto nas edições anteriores, a reunião trouxe o primeiro acordo universal sobre o clima.

Porém, chegar a um consenso foi fruto de um trabalho sinérgico de discussões constantes. Grandes países desenvolvidos e países em desenvolvimento e emergentes lutavam para buscar uma solução alternativa de crescimento garantindo a perpetuidade do planeta, revertendo os anos de poluição da atmosfera ao usar combustíveis fósseis sem restrição.

Esse é apenas o primeiro passo quando pensamos em um futuro com bases mais sustentáveis

Com uma reviravolta positiva nos últimos minutos, o acordo estabelece compromissos com a redução das emissões de gases de efeito estufa: limitar o aumento de temperatura a 1,5°C; criar um fundo anual de US$ 100 bilhões, financiado pelos países ricos, a partir de 2020 para projetos de países em desenvolvimento, para limitar o aquecimento global; e reuniões a cada cinco anos para negociar a ampliação dos cortes de emissões até serem zeradas.

Embora o acordo não traga à luz prazos específicos nem esforços imediatos, precisamos lembrar que esse é apenas o primeiro passo quando pensamos em um futuro com bases mais sustentáveis. Além disso, o futuro do planeta não está apenas nas mãos dos governos. É dever de todo cidadão trabalhar colaborativamente, palavra de ordem quando falamos em desenvolvimento sustentável, em um esforço comum em prol do futuro. Ou seja, pensar globalmente e agir localmente.

Também não podemos esquecer que essa não é uma iniciativa isolada. Outros movimentos têm trabalhado para garantir o futuro das próximas gerações. A Organização das Nações Unidas (ONU), por exemplo, lançou recentemente os objetivos que devem nortear a agenda sustentável da sociedade nos próximos 15 anos. Os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) surgem com uma luz que trará o direcionamento para governos, empresas e sociedade implementarem de fato as mudanças de que o mundo tanto precisa.

O problema aparece quando, para que de fato esses objetivos sejam alcançados, precisamos de uma ação indispensável, que tem se perdido nos últimos tempos: comprometimento.

Ao contrário dos antecessores Objetivos do Desenvolvimento do Milênio (ODMs), os ODS foram construídos em bases colaborativas – palavra de ordem para nossa sociedade daqui para a frente. Por meio de consultas públicas, as Nações Unidas ouviram mais de 7 milhões de pessoas das mais diversas áreas e segmentos para desenvolver os ODS e suas metas.

À frente de uma escola de negócios, percebo cada vez mais a importância da educação nesse cenário. Por nossos portões passam os líderes responsáveis pelas decisões estratégicas de empresas e governos; inspirá-los sobre o seu papel responsável durante o processo educacional faz parte do nosso dever com a sociedade.

Pensando nisso, aqui faço uma chamada a todas as instituições de ensino: vamos exercer a nossa real função e colocar em prática o que a Unesco chama de 5.º Pilar de Aprendizagem, “aprender a se transformar e a transformar a sociedade”. Acredito que só pela educação teremos líderes mais comprometidos com as discussões que realmente importam, ou seja, o nosso futuro!

Norman de Paula Arruda Filho é presidente do Isae/FGV, de Curitiba, e do Capítulo Brasileiro dos Princípios para Educação Executiva Responsável da ONU.
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