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Sala de aula.
Sala de aula.| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo/Arquivo

A história da educação no Brasil é uma trajetória marcada por desafios. Condições estruturais adversas, professores com alta carga horária, alunos desinteressados e a cultura nacional de que a educação não é prioridade. Em 2021 enfrentamos mais um importante desafio: o de retornar com as aulas presenciais para milhares de estudantes brasileiros.

A retomada está prevista de forma gradual e repleta de protocolos de segurança sanitária. Equipamentos de proteção individual (EPIs) como máscaras, face shield e luvas para os professores e funcionários, dispensers de álcool em gel em vários locais das instituições de ensino, distanciamento entre alunos, inúmeras demarcações e sinalizações nos espaços escolares, isto é, uma série de adaptações necessárias para que os alunos – os mais prejudicados pela pandemia da Covid-19 – possam, aos poucos, se acostumar com a nova rotina de aprendizagem.

Somente em nossa organização educacional investimos R$ 2 milhões, que incluem a adoção destas medidas, mas também os recursos tecnológicos necessários para a transmissão das aulas. Optamos por um modelo de revezamento, que consiste no cronograma alternando entre aulas presenciais e remotas, estas transmitidas on-line. Ao passo que o professor estará lecionando para um grupo de alunos presencialmente, outro grupo estará em casa, aprendendo também os conteúdos repassados.

O retorno das aulas é uma medida de coragem e, ao mesmo tempo, necessária. De coragem, pois aprendemos a lidar com muitas das dificuldades impostas pela pandemia da Covid-19 e a volta às aulas com segurança é uma delas. Necessária, vez que a escola é um espaço de sociabilidade fundamental para a formação cidadã e, também, um canal de denúncias de agressões físicas, abusos e transtornos psicológicos que, infelizmente, estão presentes no contexto social brasileiro.

Ainda que a realidade seja totalmente distinta entre a educação infantil, o ensino fundamental e médio e o superior, vamos juntos encontrar soluções precisas para que o cotidiano escolar não volte a parar. O relatório divulgado pela Unesco em janeiro aponta que as escolas ficaram fechadas por 22 semanas, em média, na maioria dos países do mundo, enquanto no Brasil são 40 semanas sem atividades presenciais – uma das nações com mais tempo de fechamento.

Com o advento da vacina, esperamos que os profissionais da educação sejam incluídos no grupo prioritário, pois o presente do Brasil está em jogo. Sempre ouvi dizer que a educação é a moeda do futuro. Agora ela é a moeda do presente, pois apenas o conhecimento pode trazer um valor agregado na futura carreira profissional de nossas crianças e jovens, mas que faz toda a diferença atualmente no mercado de trabalho, tão conturbado em virtude da Covid-19. O momento de elegermos a educação como atividade essencial chegou. Somente pelo conhecimento podemos atenuar as desigualdades sociais e progredir enquanto sociedade, um dos grandes desafios de nosso país.

Wilson de Matos Silva é reitor da UniCesumar.

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