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 | Priscila Forone/Arquivo Gazeta do Povo
| Foto: Priscila Forone/Arquivo Gazeta do Povo

Uma das festas mais celebradas do mundo cristão é o Natal. A preparação inicia-se com bastante antecedência, todos buscam formas de presentear e festejar. Antes de qualquer movimentação, seja religiosa ou não, é preciso conhecer a essência desta festa.

Não estamos celebrando o “aniversário de Jesus”, como comumente ouvimos de alguns pais e educadores; Jesus não está completando 2 mil e poucos anos. O que celebramos é a memória do mistério da encarnação do Filho de Deus, é Deus que assume a condição humana (cf. Fil. 2,6-7). Por isso a importância de ensinar aos filhos que o Natal não é época de apenas receber presentes; antes de tudo, é preciso receber no coração o maior dos presentes que Deus nos enviou, o seu próprio Filho. É Jesus que nasce. Natal é fazer memória do Senhor da Paz, do Amor e da Justiça.

Os animais, as árvores, os presentes, o Noel são adereços do mistério da encarnação, mas quem nasce é Jesus

A simbologia deste período é riquíssima. O presépio é colocado nos templos e ambientes sociais. Para a espiritualidade marista, o presépio é ícone de contemplação. O Jesus Menino no presépio nos remete à urgente necessidade e missão de educar crianças, adolescentes e jovens. “A criança é o campo que Deus nos deu para cultivarmos o rebento novo, a planta frágil, que um dia será árvore carregada de todos os frutos de virtude”, disse São Marcelino Champagnat. Celebrar o Natal, abertos ao Novo Começo, nos leva à essência da nossa missão.

Vivenciar o Natal é fazer com que a esperança trazida por Jesus transforme o coração para dar significado à existência, ou seja, transformar o comodismo em ação, o desânimo em festa, a tristeza em alegria, a incerteza em fé e as trevas em vida.

O Deus Menino é simples, não deseja os mais caros presentes, ele prefere “incenso, ouro e mirra”. O ouro é o amor que podemos conceder aos irmãos, a Deus, a nós mesmos e à natureza. O incenso é o perfume que transforma os ambientes hostis em espaços de ensino-aprendizagem de valores. E a mirra é a dimensão do sofrimento que precisamos percorrer para dar sentido às graças que Deus nos concede a cada novo dia. As conquistas com excelência não aparecem de forma mágica, são abençoadas por Deus, mas precisam da nossa luta e do trabalho árduo com mirra para serem significativas e profícuas.

Infelizmente, por questões meramente comerciais, alguns camuflam a festa de Jesus e dão lugar ao Papai Noel. Troca-se Jesus pelo Noel. A história de São Nicolau – bispo de Mira (atual Turquia) no século 4.º e que inspirou a lenda do Papai Noel – tem uma simbologia bem diferente da comercial que presenciamos. É necessário buscar a essência da festa e não os adereços. Os animais, as árvores, os presentes, o Noel são adereços do mistério da encarnação, mas quem nasce é Jesus.

É missão dos pais e educadores ensinarem, com testemunhos e palavras, esta mensagem de esperança às crianças. O mistério precisa ser vivenciado e propagado, usando dos diversos meios. Independentemente da crença, o mais importante é a mensagem de amor que traz o Natal. Que o Jesus Menino transforme os corações, dando competências e habilidades para sermos pessoas do bem, sementes de vida, com abundância e prosperidade.

José Carlos Pereira é diretor-geral do Colégio Marista Criciúma.
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