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No decorrer de 2014, a economia brasileira começou a mostrar sinais de desaceleração, devido a fatores como o aumento da inflação e da desvalorização do real frente ao dólar norte-americano. A inflação mais alta pune quase todas as indústrias brasileiras, mas especialmente as de alimentos e produtos industriais.

Durante os tempos de inflação alta, quando não é possível encontrar comida a preços razoáveis, muitos consumidores olham primeiro para alimentos alternativos – e eventualmente reduzem ou evitam o consumo de itens que são considerados muito caros. Com a desvalorização do real, os produtos importados ou desenvolvidos a partir de componentes importados ficam mais caros, devido à taxa de câmbio.

Especialistas afirmam que esse cenário não deve mudar no curto prazo. Como consequência, algumas indústrias deverão crescer num ritmo muito mais lento, em comparação com as taxas de crescimento registradas entre 2010 e 2013. Por outro lado, o varejo deve continuar a registar um pequeno crescimento nas vendas.

As propostas para potencializar a economia, nesse cenário mais desafiador, seriam apostar na alta da produtividade e criar novos fatores de crescimento. Neste momento, o combinado competitividade e produtividade torna-se altamente relevante e necessário para rentabilizar o setor.

Em situações como essas, espera-se que a velha receita de minimizar os gargalos estruturais com as reformas tributária e trabalhista voltem a ser assunto de discussão. Porém, ela é muito mais difícil de colocar em prática no curto prazo, pois fatores como engajamento político se fazem necessários.

Para potencializar a distribuição e vendas do comerciante, no curto prazo, a estratégia multicanal – loja física, loja virtual, loja mobile, venda direta, entre outras – deve continuar a se desenvolver. São esperadas maior integração e sinergias para levar as estratégias de negócios do varejo omni-channel.

Além disso, os varejistas de e-commerce deverão oferecer serviços exclusivos ou aplicativos para facilitar o processo de compra e experiência. A Netshoes, por exemplo, investiu em um aplicativo que permite aos consumidores tirar uma foto do tênis e procurar um produto semelhante no site da empresa. A Dafiti oferece uma plataforma de chat on-line para os consumidores fazerem perguntas sobre o dimensionamento de produtos, bem como guias de moda e consultoria.

Pesquisa recente da Euromonitor aponta que a penetração de smartphones e tablets cresce rapidamente no Brasil. Entre 2012 e 2017, o smartphone deverá registar um aumento de 32% no volume de vendas no varejo, atingindo 57 milhões de unidades, enquanto o tablet deverá crescer 59% em volume e, em termos de vendas no varejo, atingir 17 milhões de unidades. Mais investimentos são estimados em pagamentos através de terminais POS e opções de móveis como Near Field Communication (NFC), que é ainda pouco desenvolvida em nível mundial.

Nesse sentido, o país deve pensar não apenas na manufatura, mas também em pesquisa e inovação. Dentro deste contexto, iniciativas que visam contribuir com a inovação e aplicação de novas tecnologias para aprimoramento da gestão, com foco na alavancagem de vendas, proporcionando maior rentabilidade e sustentabilidade ao setor, estão sendo desenvolvidas dentro das universidades, para orientar estudantes, empresários, empreendedores, dirigentes empresariais e lideranças sobre as tendências que moldarão os novos desafios do varejo.

Fabíola Paes é coordenadora do Núcleo de Estudos e Laboratório de Varejo da Escola de Comunicação e Negócios da Universidade Positivo e coordenadora do MBA em Gestão de Varejo e Administração de Shopping Center da Universidade Positivo. Dê sua opinião

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