Vivemos um momento especial na Câmara Municipal: a aprovação do Plano Diretor. A lei que revisa a cada dez anos o futuro da cidade, orienta o crescimento, diretrizes e caminhos para o desenvolvimento, além de influenciar diretamente nossas vidas e dos nossos filhos e netos. Um trabalho de extrema importância para Curitiba.
Em paralelo ao trabalho realizado pela prefeitura, envolvemos mais de 2 mil cidadãos em discussões do Plano e recebemos centenas de contribuições da sociedade civil, universidades e movimentos sociais. A experiência foi muito positiva ao propor o reconhecimento da cidade e identificação dos problemas estruturais. Nas discussões ficou evidente a necessidade de retomar o pioneirismo de Curitiba no planejamento urbano, sustentabilidade e inovação.
O Plano deve fazer as pazes com uma cidade esquecida. Devemos criar parâmetros para, na sequência, mapear as regiões mais carentes de infraestrutura, equipamentos públicos e com baixo índice de desenvolvimento humano, além de reverter parte do valor arrecadado com o potencial construtivo em investimento nessas áreas.
Somente com ideias criativas vamos contribuir para que Curitiba seja uma cidade mais inovadora
A reestruturação urbana e o adensamento de áreas ociosas dotadas de infraestrutura, por exemplo, são mecanismos para conter a especulação na expansão horizontal. Isso evita a segregação socioterritorial, longas distâncias entre a moradia e o trabalho e a depredação ambiental.
Encontrar métodos mais eficientes para o uso do solo e para a mobilidade urbana são elementos cruciais na proposta do Plano Diretor. É fundamental a prioridade para o transporte coletivo e alternativo. Aqui, vale ressaltar que não há um desejo de acabar com os carros, mas criar complementos ao transporte individual motorizado, como o fortalecimento de modais sustentáveis, por meio de incentivos às bicicletas e melhorias para o pedestre, que precisa requalificar o espaço público, calçadas e dispositivos de mobilidade intermodais.
A palavra-chave é integração dos modais. Precisamos ir de um ponto ao outro utilizando diversos modais. Utilizar carro, por exemplo, e ter a possibilidade de deixar o veículo em um estacionamento ao lado do terminal de ônibus e em outro ponto da cidade, locar uma bicicleta – modal mais rápido em distâncias de até 5 km – para chegar ao destino final.
O desenvolvimento de Curitiba, como em outras capitais, tem a tendência de ser verticalizado. No entanto, devemos observar o exemplo de cidades europeias, que raramente aprovam edificações com projetos superiores a oito andares. Afinal, as ruas não se alargam proporcionalmente ao crescimento desenfreado dos edifícios.
No segundo semestre deste ano, aprovaremos o Plano Diretor. Por isso, vamos abrir mais uma vez as discussões com grupos temáticos e aperfeiçoaremos a redação do plano para atender às demandas e ideias da sociedade. Somente com ideias criativas vamos contribuir para que Curitiba seja uma cidade mais inovadora e, principalmente, mais humana. É preciso aproveitar essa possibilidade de revisão, que acontece a cada década, para projetar a Curitiba das próximas gerações.
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