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Incompetência, capitalismo de Estado, corrupção. O povo se sente nave à deriva, sem rumo, desorientado, ao sabor dos ventos contraditórios dos temporais do desgoverno. A sociedade desnorteada e atônita ressente-se da ausência de autênticas lideranças, de guias e de destino. Clama por catarse ética. Indigna-se e se revolta com o que vê, ouve e vivencia.

A prolongada crise econômica, politica e de governança inibe investimentos, empregos e desenvolvimento, provocando desemprego em massa e queda brutal da renda familiar, com todo seu cortejo de consequências, ameaçando assustadoramente o equilíbrio social. O Brasil perdeu credibilidade, retroagiu uma década. Anos preciosos que custarão uma eternidade para recuperar.

Politicamente há bem pouco a se fazer, considerando a prevalência dos interesses subalternos, da incompetência e inapetência ética reinantes. Economicamente, contudo, muito se pode, desde que feito com rapidez para resultados já em curto prazo. Desalentadoras, porém, as palavras da presidente na posse dos novos ministros da Fazenda e do Planejamento ao dizer-lhes obviedades como “fazer tudo que for preciso e retomar, com urgência o crescimento do país, sem guinadas e mudanças bruscas”. Fácil pedir ou prometer...

Impõem-se coragem e ousadia para renunciar aos erros da ineficiência socializante e retrógrada

O aconselhável seriam “bruscas mudanças” doutrinárias, liberalizando a economia; renunciando ao estatismo paralisante, ao assistencialismo eleitoreiro, à aversão atávica ao capitalismo privado na visão de economistas e estadistas globalizados. Com a atual crise mundial sobram recursos financeiros em busca de atrativas oportunidades de investimento. Este governo gastou o que não tinha; pior agora, que foi rebaixado por duas agências de classificação de risco!

Impõem-se coragem e ousadia para renunciar aos erros da ineficiência socializante e retrógrada. A gerentona, obstinada em culpar sempre a crise internacional pelo seu fracasso persistente, poderia – num ímpeto de extrema lucidez – se redimir se seguisse o lema da velha Scotland Yard: “assuma-se, não se justifique”.

Por que migram do Brasil – às centenas – jovens e promissores talentos, impedindo-nos de formar os lideres do amanhã, como empresários, intelectuais, políticos, cientistas, professores, pesquisadores? Porque em sua aflitiva impaciência vislumbram o que nossa presidente não vê ou não enxerga: não há futuro aqui com esta classe de políticos e de governo. Sentem que suas vidas são muito preciosas para serem desperdiçadas num universo vazio de perspectivas, repleto de incertezas, incompetência e corrupção. Os jovens ainda professam ideais puros. Permanecendo aqui, poderiam ser contaminados.

Hediondo crime de lesa-pátria que se comete, privando essa juventude de aqui progredir e evoluir, trazendo resultados e riquezas para si e para o Brasil. Mal irreparável que se perpetra contra nossas futuras gerações.

Que legado, que herança Dilma está deixando...

A governante se apega ao poder com seus seguidores, preocupando-se apenas em sua defesa contra o impeachment. Se perder o mandato, todo o seu séquito irá de roldão. Há de se evitar isso a qualquer custo! Manter-se no cargo, não tanto para governar, mas para resolver a importante equação cuja incógnita é ser afastada ou não. O resto é o resto...

Ovídio Gasparetto é empresário e bacharel em Direito.
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