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Não faltam planos de governo de candidatos a prefeito nesses dias que antecedem a eleição municipal. Porém, a maioria dos planos de governo foca um conjunto de intenções individuais ou de grupos de pessoas para quatro anos e nem sempre contempla todas as necessidades e temáticas integradas de um município. Só depende da opção dos próprios candidatos para que o plano de governo seja estratégico, tal como deve ser o planejamento de um município.

O planejamento estratégico do município é um projeto, um processo dinâmico, coletivo, participativo e interativo para determinação dos objetivos, estratégias, ações e controles do município, da prefeitura e das organizações públicas municipais envolvidas. Tem como bases os desafios, problemas e fraquezas do município, da prefeitura e das organizações públicas municipais em questão, bem como de outros municípios que de alguma forma influenciam ou se relacionam com o município a ser planejado.

Esse plano é elaborado por meio de diferentes e complementares técnicas da ciência da administração com o total envolvimento dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e dos atores sociais – munícipes, gestores locais e demais interessados no município. É formalizado para articular políticas federais, estaduais e municipais visando produzir resultados no município e gerar qualidade de vida adequada ao cidadão. É um projeto urbano e rural que considera os diferentes aspectos e temáticas municipais (locais, regionais e territoriais). Enfim, o planejamento estratégico do município é uma forma participativa e contínua de pensar o município no presente e no futuro – um futuro que vai muito além do horizonte de quatro anos.

Dessa forma, o plano de governo pode contemplar estrategicamente as inúmeras e divergentes temáticas municipais quando se pensa em desenvolvimento local e regional dos municípios, como agricultura, ciência e tecnologia, comércio, cultura, educação, esporte, habitação, indústria, infraestrutura, lazer, meio ambiente, saneamento, saúde, segurança, serviços, social, transporte e turismo. A diferença fundamental está na integração das temáticas municipais e no tempo de abrangência do plano de governo, com visão estratégica preferencialmente para 12 ou até 20 anos. O foco está na ampliação da qualidade de vida dos cidadãos e a efetividade dos modelos de gestão municipal com inteligência pública. Pensar e gerir estrategicamente essas temáticas municipais de forma integrada, factível e participativa vai muito além do plano de governo convencional de quatro anos.

Concomitantemente ao planejamento das temáticas municipais citadas, essa visão estratégica também permitirá elaborar projetos de informações para decisões, de perfil de pessoas (cidadãos e servidores municipais) e de ofertas de serviços municipais para os cidadãos de forma presencial e também por meio dos recursos da tecnologia da informação.

Como cidadão, gostaria que não apenas todos os candidatos a prefeito e a vereador, mas também todos os demais brasileiros refletissem para que tenhamos planos de governo estratégicos e que efetivamente contribuam para o desenvolvimento do nosso país.

Denis Alcides Rezende, pós-doutor em Administração Pública, é professor da PUCPR e consultor em planejamento estratégico de municípios.

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