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Por que apenas uma boa ideia não sustenta uma startup no Brasil?
| Foto: Pixabay

A frase que sempre circula por aí, aquela que diz que “O Brasil não é para amadores”, encaixa-se com perfeição quando falamos do mundo das startups. Em diversos aspectos, o país é um terreno extremamente hostil para quem está começando a empreender, e isso não é novidade para ninguém. A taxa de mortalidade das startups por aqui chega a 75% em menos de 13 anos de atividade.

O que muitas pessoas que têm em mente uma boa ideia com ótimo potencial para virar um negócio promissor ainda não sabem é que essa boa ideia, por si só, não vai se sustentar. Mesmo que conte também com um planejamento comercial básico, não terá a base mínima necessária para sobreviver em solo nacional, sem sombra de dúvida.

É preciso informar-se e estudar a fundo o mercado para realmente entrar nele com competitividade

Diferentemente dos Estados Unidos e da Europa, onde a nova economia, compartilhada, já é uma realidade e se tornou referência, aqui ainda estamos no começo da velha economia. Enquanto nesses lugares as informações já estão todas conectadas e os empreendedores iniciam sua jornada sabendo exatamente onde vão pisar, por aqui há inúmeras implicações fiscais, financeiras, tributárias e trabalhistas, específicas de cada tipo de negócio, que acabam se tornando uma pá de cal nas ambições dos empreendedores.

Nesse sentido, para que o caminho trilhado seja menos tortuoso, é imprescindível a elaboração de um plano de negócios que inclua todo o escopo financeiro, contábil, de recursos humanos e, principalmente, jurídico e fiscal, que precisará ser trabalhado para que a startup esteja totalmente adequada às regras e leis brasileiras.

Para se ter uma ideia de como as startups não se preparam corretamente, certa vez recebi um empreendedor que tinha a intenção de lançar um aplicativo que conectasse shows de música nacionais e internacionais, para que as pessoas pudessem acompanhar as apresentações. Mas ele não considerou o pagamento da taxa do Escritório Central de Arrecadação e Distribuição de Direitos Autorais (Ecad), que é altíssima e, de saída, já inviabilizaria o negócio em razão do valor que ele pretendia cobrar dos clientes.

Por isso, antes de fazer o pitch e ir atrás de um investidor no mercado, quem quer empreender de alguma forma precisa se precaver contra esse tipo de “imprevisto” (entre aspas mesmo). Em cidades como São Paulo, já existem escritórios especializados em propriedade intelectual para a área de tecnologia, origem da maioria das startups. É preciso informar-se e estudar a fundo o mercado para realmente entrar nele com competitividade. Outro conselho é buscar um sócio de perfil complementar para dividir riscos e ganhos. Foi-se o tempo em que o mercado “comprava” uma ideia de uma pessoa só.

O mercado brasileiro é, e continuará sendo por muito tempo, extremamente desafiador. Mas o sucesso sempre chega para os que se destacam no caminho até ele.

Fernando Ribeiro dos Santos, formado em Business Administration and Management pela Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, é CEO da Circle Aceleradora.

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