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Cuidar bem do seu dinheiro é sempre importante. A tarefa, no entanto, se torna mais difícil em tempos de crise, passado o ciclo de euforia e ampliado o grau de endividamento das famílias.

Se você está endividado e não consegue honrar os compromissos assumidos, não se desespere, afinal de contas você não está sozinho nesta condição. Faça uma análise fria de suas dívidas e priorize o pagamento daquelas que têm maior custo financeiro. Não precisa fazer muita pesquisa, fuja do rotativo do cartão de crédito e do cheque especial. Os juros cobrados são de fazer inveja a qualquer agiota. Na realidade, estes instrumentos não foram feitos para financiamento de longo prazo. Devem ser utilizados apenas em emergências. Em suma, consolide as dívidas de maior custo financeiro e negocie com o seu banco um financiamento com juros mais baixos. Seu gerente pode ajudar muito na gestão de suas dívidas. Se não tiver apoio, troque de banco.

Se você tem recursos para aplicar tome cuidado, especialmente com a inflação. Sei que a poupança é um instrumento simples e de grande confiança da população, mas ela anda perdendo para a inflação. Aplicações em LCAs ou LCIs podem, sem grande esforço, render mais que a tradicional poupança.

Faça uma análise fria de suas dívidas e priorize o pagamento daquelas que têm maior custo financeiro. Não precisa fazer muita pesquisa, fuja do rotativo do cartão de crédito e do cheque especial

Este é o momento de apostar em aplicações que rendem juros. Duas boas alternativas neste momento: aplicações no Tesouro Direto e CDBs de bancos de pequeno porte. No primeiro caso, uma alternativa simples e de ótima rentabilidade é o “Tesouro Selic”. Em tempos de juros reais elevados (esses tempos não irão mudar no curto prazo) esta é uma ótima opção. No caso dos CDBs, prefira os bancos pequenos que pagam 100% ou até 110% do juros DI, mas lembre-se que o Fundo Garantidor de Crédito protege até o limite de R$ 250 mil.

Imóveis? Um péssimo negócio neste momento. Os estoques ainda estão elevados e, com crédito restrito e mais caro, a tendência é de continuidade da queda nos preços. A bolha imobiliária está desinflando lentamente no Brasil. Imóveis também têm custo de manutenção e os preços dos serviços que impactam nos custos dos condomínios cresceram mais que a média da inflação. Lembre-se também de que imóveis não têm liquidez e você irá incorrer em perdas importantes se precisar vender rapidamente o bem.

Comprar dólares? Bem, esta sempre é uma atividade de risco. A tendência atual não é de valorização da moeda dos EUA em relação ao real. Cambio é uma aplicação de grande risco e indicada para especialistas, pois depende de um amplo conjunto de fatores. Bolsa de Valores? Pode ser uma boa opção, caso você seja mais propenso ao risco e queira se dedicar a acompanhar o mercado. Com a melhoria da economia brasileira, o valor das ações deve crescer, mas lembre-se de que o fundo do poço já passou. A dica neste caso é analisar setores e empresas que têm boa perspectiva de valorização no médio e longo prazo.

Finalmente, tenha em mente que uma boa administração do seu dinheiro, especialmente em tempos de crise, é algo importante para a tranquilidade de sua família, mas acumular dinheiro não deveria ser o objetivo de vida de ninguém.

Marcelo Curado é professor do Departamento de Economia da UFPR
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