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Transporte coletivo de Curitiba
Transporte coletivo.| Foto: Aniele Nascimento/Arquivo/Gazeta do Povo

O crescimento da população traz inúmeros desafios para as cidades em termos de mobilidade urbana. Para acompanhar as mudanças globais e acelerar esse processo, soluções criativas e inovações tecnológicas precisam ser adotadas. Entre as tecnologias que podem contribuir para o desenvolvimento de cidades inteligentes estão as soluções para captura e reconhecimento de imagem, que integram novos conceitos em segurança, fiscalização e mobilidade.

Hoje, os sistemas de alta precisão e tecnologia são os grandes aliados do trânsito, que precisa ser cada vez mais eficiente e seguro. Mas, quando falamos em segurança pública no Brasil, muitas são as dificuldades. Ainda estamos aprendendo sobre a importância de um sistema de transporte inteligente em nosso país e, muitas vezes, não observamos o que há por trás de toda a infraestrutura criada para proteger as pessoas de acidentes de trânsito ou, então, as estratégias de rotas alternativas para chegar em casa com mais rapidez e cuidado.

É aí que se torna necessário unir esforços de pesquisa e desenvolvimento em prol da construção de uma sociedade mais segura, embora seja um desafio criar soluções que atendam às necessidades do governo e dos cidadãos, uma vez que o custo pode ser a principal barreira para a implementação de novas tecnologias.

No entanto, o mercado oferece soluções tecnológicas capazes de entender o fluxo de trânsito e usar essas informações para o planejamento dos semáforos e controle de tráfego de veículos, por exemplo. O sistema é integrado a controladores semafóricos e faz o monitoramento e análise da passagem de veículos por vídeo, seja em grandes centros urbanos, médios ou nas cidades menores.

A solução, que faz análises em tempo real, é uma forte aliada da mobilidade urbana, uma vez que o aumento da frota de veículos faz com que os motoristas percam muitas horas no trânsito diariamente. Por meio das informações fornecidas, o sistema consegue fazer uma gestão do tráfego de forma adaptável, com ajustes de tempo conforme o fluxo de cada via. A taxa de ocupação e a previsão de filas também podem ser identificadas. Tudo isso contribui para melhorar o fluxo e a segurança das vias.

Mas não podemos falar das inovações tecnológicas para o trânsito e fechar os olhos para a desigualdade social e econômica que afeta o acesso aos serviços de transportes, fator que reflete diretamente nas questões de mobilidade. Pensando na renda de muitos usuários de transportes públicos, a dificuldade de acesso a tais serviços começa pelo valor das tarifas cobradas. Além disso, a ausência ou ineficiência na prestação de serviços em determinadas áreas e a falta de investimentos nos serviços de transporte público em algumas regiões também são outras questões que precisam de atenção.

O processo de construção de infraestrutura envolve políticas públicas e seguimento das leis locais. Além disso, uma infraestrutura sustentável que viabilize a mobilidade urbana requer a construção de pontes, duplicação de rodovias, entre outros investimentos que exigem licenças ambientais e aprovações estatais, ou seja, tudo depende do orçamento e das políticas governamentais.

Nesse sentido, oferecer uma solução inovadora para um problema social nem sempre é o suficiente. O desafio futuro para a mobilidade são os investimentos em infraestrutura rodoviária, mas ainda há muito a ser desenvolvido para que ocorra uma integração sustentável com transportes públicos e privados. Hoje, ainda há poucas linhas de financiamento disponíveis, o que também pode dificultar o desenvolvimento de cidades inteligentes.

Mesmo diante de todos esses desafios, como acelerar a transição da mobilidade no Brasil? Precisaremos de investimentos em projetos inovadores que tragam soluções reais para o atual cenário. Contudo, a realidade mundial mudou devido à pandemia da Covid-19 e, junto a isso, as necessidades dos cidadãos também mudaram. As pessoas não querem só agilidade e praticidade na locomoção: esperam também mais segurança ao compartilhar o transporte público. Isso significa que devemos investir ainda mais em pesquisa e desenvolvimento de tecnologias que apoiem a engenharia de tráfego. Além disso, o contexto pede ainda mais foco por parte do governo em projetos de modernização dos sistemas de trânsito.

Tudo isso que tem sido vivenciado no Brasil e no mundo traz a possibilidade de repensarmos os modelos e sistemas de transportes inteligentes, em prol de uma mobilidade urbana integrada, conectada e consciente. Esse pode ser o momento certo para ampliar as implementações dessas soluções tecnológicas, a fim de se preparar para a volta ao trânsito, assim que a rotina for normalizada.

O fato é que, por conta da aglomeração e do receio de contaminação em transportes públicos, as pessoas almejam adquirir veículos próprios. Como consequência, o trânsito deve aumentar ainda mais, ou seja: é urgente investir em mobilidade inteligente, em busca de mais qualidade de vida para a população.

Thiago Guerrer é diretor comercial na Pumatronix, fabricante de soluções para monitoramento do trânsito.

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