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Quem visita negócios tecnológicos emergentes no Vale do Silício impressiona-se com o enorme trabalho realizado após alguém ter sonhado em colocar um novo produto ou serviço no mercado.

Impressiona-se com o maior intervalo de tempo que as empresas nascentes levam para ir ao mercado; com os extensivos testes de mercado realizados; com as elevadas somas de dinheiro aportadas nesses empreendimentos, e com a extraordinária atividade intelectual gerada, muitas vezes em contínua interação com universidades renomadas e institutos de pesquisa consolidados.

É somente por meio da profissionalização que conseguiremos constituir mais startups bem-sucedidas

Aqui, no Brasil, a perplexidade é constatar, muitas vezes, exatamente o oposto: alguém surge com uma ideia; no mercado, testa-a mal; não busca avaliar o estado da arte do produto ou serviço a ser comercializado; requer ajuda financeira para desenvolver e comercializar, esperando fazê-lo no mais curto espaço de tempo possível; e encontra dificuldade em interagir com universidades e institutos de pesquisa, praticamente não gerando novos conhecimentos.

É certo que temos boas iniciativas no desenvolvimento de startups, mas ainda notamos um grande amadorismo nessa área.

Inovação tem a ver com mercado, sendo o insight apenas uma pequena fase do processo, e não é tarefa trivial colocar, no mercado, um produto ou serviço que traga valor para quem vai utilizá-lo, devido ao ineditismo apresentado. Aplicando o que disse Thomas Alva Edison sobre o gênio, trata-se de 1% de inspiração e 99% de transpiração.

Leia também: A regulamentação europeia de proteção a dados e seus impactos no país (artigo de Eduardo Sanches, publicado em 24 de maio de 2018)

Nossas convicções: As empresas, sua finalidade e o bem comum

Boas iniciativas, entretanto, estão surgindo no país, como os Centros de Inovação, dotados de capacidade para dar suporte de gestão às startups a fim de tornar uma nova ideia aceita no mercado. Eles proveem aos novos empreendedores auxílio para interagirem com universidades e institutos de pesquisa; ofertam serviços de advocacia especializada em novos negócios, planejamento financeiro e de marketing on-line e off-line, meios para captação de recursos, estudos de mercado, produção de cenários, contabilidade, coaching pessoal e profissional, diretrizes de comercialização, se não a própria. Essas iniciativas profissionalizam o processo de inovação e aumentam significativamente a possibilidade de sucesso para os novos empreendimentos.

É somente por meio da profissionalização que conseguiremos constituir mais startups bem-sucedidas. É com profissionalismo e muito trabalho competente que geraremos novos empregos e renda, a partir das empresas emergentes de base tecnológica.

Marcos de Lacerda Pessoa, mestre, Ph.D. e pós-doutor em Engenharia, membro do Centro de Letras do Paraná, é superintendente de Inovação da Copel, autor do livro “Sementeira de Inovação” e editor e coautor do livro “Pinceladas de Inovação”.
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