• Carregando...
 | /Pixabay
| Foto: /Pixabay

Em uma das suas mais célebres frases, o conturbado e genial filósofo Friedrich Nietzsche cita: “E aqueles que foram vistos dançando foram julgados insanos por aqueles que não podiam ouvir a música”. Ao observar pessoas utilizando óculos de realidade virtual ou aumentada, sinto ainda, por mais entusiasta que seja, um pouco àqueles que, observados pelo filósofo, não podiam ouvir a música e achavam insanos os que dançavam.

E o que está acontecendo é genial. Poder misturar realidade “real” com realidade virtual traz a estudantes, a profissionais de inúmeras áreas do conhecimento e a todos os cidadãos, possibilidades nunca imaginadas.

Para quem não está familiarizado com o assunto, empresas de tecnologia estão possibilitando que pessoas tenham acesso a ferramentas que unem ambientes reais e virtuais, construídos a partir de uma realidade ou de um imaginário. Pode-se unir, por exemplo, em uma sala de aula de Curitiba, professor e alunos, adicionar virtualmente um agrônomo do interior do Goiás, que aparece em formato de holograma e que pode interagir como se na sala de aula estivesse. Além disso, para enriquecer ainda mais a aula, pode-se adicionar uma fazenda eletronicamente mapeada por drone e mostrada em 3D por meio de óculos próprios para realidade aumentada. Assim, podem-se evitar deslocamentos e acelerar decisões importantes para o negócio ou mostrar de forma muito visual aos alunos, conteúdos de difícil compreensão. Ver para crer e de fato aprender.

Podem-se evitar deslocamentos e acelerar decisões importantes para o negócio ou mostrar de forma muito visual aos alunos, conteúdos de difícil compreensão

Projetos podem ser vistos, estudados, simulados e modificados, antes da execução, em uma mesa virtual de decisões em três dimensões. Palcos de espetáculos podem ser projetados virtualmente em minutos, sem a necessidade de maquetes e protótipos. Por que não estudantes de medicina aprendendo com o próprio corpo, projetado virtualmente, com realidade misturada? Professores podem simular diversas situações do cotidiano prevalecendo-se de imagens que modificam totalmente a forma de ensinar.

Infinitas as aplicações, infinitas as possibilidades. A realidade virtual transforma as pessoas em protagonistas, é o último passo conhecido antes da prática. Transforma o complexo e entediante aprendizado por meio das palavras e slides, sempre passivo e emerso, no simples, ativo, imerso e cognitivo aprendizado visual. As realidades virtuais, aumentada ou misturada, parecem ser as únicas ferramentas que possibilitam genuinamente o aprendizado imersivo e ativo, ou seja, capaz de capacitar rapidamente e de forma efetiva as pessoas.

E já podemos ver isso claramente nas instalações de algumas empresas de vanguarda e em alguns cursos sobre a Indústria 4.0. José Evangelista Terrabuio Junior, diretor de Inovação da mais premiada empresa do ramo no Brasil, com sede em Curitiba, é uma das referências de realidade virtual e aumentada no mundo. Tem criado ferramentas que oferecem soluções para empresas e profissionais de diversos segmentos, trazendo muita qualidade para o ensino, hospitais e empresas paranaenses e de todo o Brasil. Curitiba tem se tornado um importante polo de inovação e desenvolvimento de tecnologias inovadoras, exportadas para boa parte do mundo, graças à profissionais como Terrabuio.

Leia também: A tecnologia e o futuro do emprego (artigo de José Pio Martins, publicado em 29 de março de 2018)

Leia também: A tecnologia é má? (artigo de David Brooks, publicado em 4 de dezembro de 2017)

Eventos que promovem o desenvolvimento desta tecnologia viraram mania em todo o país. Os Hackathon, competições de realidade virtual e aumentada que tem por objetivo achar talentos e proporcionar ao ecossistema oportunidade para ter acesso ao conhecimento de novas tecnologias, têm revelado muitos profissionais para este setor que cresce.

Claro que toda tecnologia em plena fase de amadurecimento, requer cuidados. Pelas diversas possibilidades de uso, podem haver riscos ainda desconhecidos. Como exemplo, pode-se citar o que vem acontecendo em pequenos, mas graves, episódios relacionados à Internet das Coisas, IoT em inglês, quando resgates são pedidos em troca de senhas para destravar todos os sistemas. O risco aqui parece pequeno, mas onde há oportunidade, ele existe.

E você, qual o seu entendimento sobre este assunto? Fisicamente sentado no sofá vendo sua série favorita, com a cabeça virtualmente no mundo da lua? Possibilite-se sentir a música e divertir-se, vendo e entendendo, de forma ativa e imersa, os muitos que, antes insanos, aproveitam para dançar.

Eduardo Müller Saboia é técnico e engenheiro industrial mecânico, pós-graduado em Gestão Industrial e Business Management e mestre em Administração Estratégica. Trabalha na indústria de maquinários agrícolas e é professor de Agricultura 4.0 na Pós-graduação da UFPR e do Instituto nomm. Rafael Minosso é gerente de Operações e Qualidade em empresa de tecnologia e inovação em Curitiba.
0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]