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A Fifa, organização detentora de 211 filiados em seu quadro institucional – contra 193 das Organizações das Nações Unidas e 206 do Comitê Olímpico Internacional –, estava repensando seu evento mundial, realizado quadrienalmente, havia muitos anos. O incômodo e as pressões exercidas pelas confederações continentais eram grandes; afinal de contas, todos os seus filhos, por mais que sejam pequenos, querem um pedaço lucrativo deste bolo bilionário.

A Copa do Mundo do Brasil, em 2014, por exemplo, contou com 32 seleções integrantes. Em termos gerais, teve mais de 15% de seus afiliados participando do evento. Do total, a Europa detém 40% das vagas do Mundial; a Ásia, 12%; África e América do sul, cerca de 30% cada. Considerando que a Ásia tem mais de 50% da população do planeta (cerca de 4,4 bilhões de pessoas) e 47 países filiados à Fifa (a Europa tem 55; a África, 47; e a América do Sul, dez filiados), essas proporções não refletem as demandas populacionais dos continentes. Elas são feitas em função do histórico, faturamento e visibilidade.

O modelo com mais participantes exigirá maior competitividade e vencerá quem tiver a melhor estrutura

Na ânsia por somar e somar, a Fifa subtrai

A paixão pelos números ignora a essência de tudo: o esporte, a qualidade do jogo, o que representa a Copa do Mundo no imaginário do torcedor

Leia o artigo do jornalista e comentarista esportivo Ubiratan Leal.

Hoje, a Europa concentra a vitrine do futebol mundial e, certamente, fará uso de sua importância para pleitear mais vagas. A América do Sul deve ter de se contentar com um pequeno aumento, ou talvez nenhum. A cereja do bolo estará no continente asiático, onde a demanda atual é imensa. Os investimentos feitos pelos chineses, por exemplo, assustam até os europeus e em 2026 o planeta muito provavelmente terá um novo cenário global. A Fifa já percebeu isso e já está com seu planejamento mapeado para os mercados emergentes.

Esse aumento proposto pela Fifa, em um modelo competitivo formulado para 48 seleções em 2026, é benéfico para o futebol, esporte mais praticado no planeta. Com mais participantes, exigirá maior competitividade e vencerá quem tiver as melhores condições estruturais; consequentemente, esse modelo vai requerer organização para quem quer vencer um torneio de tiro rápido e eliminatório.

A Fifa já sinalizou que não vai aumentar o período do evento e sim o formato da competição, que vai ser eliminatório com uma fase de grupos sintética de apenas três equipes por chave. Em seguida, vira uma familiar Copa do Brasil. Independentemente do formato, durante os jogos a emoção irá tomar conta dos espectadores. Muitas decisões por pênaltis e sem aqueles famosos jogos frios de primeira fase. Algumas seleções que já não têm chance de classificação acabam fazendo mal ao futebol, como vivemos na pele na Copa da Argentina (lembram da seleção do Peru?).

Nós, brasileiros, temos de ficar atentos a todas essas mudanças. Como culturalmente deixamos tudo para a última hora, nesse caso, pode ser fatal para a nossa paixão nacional. Transparência, planejamento e organização serão fundamentais para o nosso sucesso e bom desempenho. Que venha 2026!

Zair Candido de Oliveira Netto é coordenador do curso de Educação Física da Universidade Positivo.
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