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 | Felipe Lima
| Foto: Felipe Lima

Obama está dando tchau e o clima na grande mídia brasileira e na imprensa esquerdista americana é de velório. Nas últimas semanas foi impossível não perceber nos noticiários o tom nostálgico sobre o presidente progressista que recuperou a economia americana, tornou a saúde e educação mais acessíveis e a América mais justa.

Mas a verdade teima em discordar da imprensa: Obama foi, para os EUA, um desastre econômico que se aproxima das proporções de Franklin Roosevelt e Jimmy Carter. Não há como não se perder na magnitude do buraco econômico em que Obama deixa o país. Em seus oito anos de governo, o democrata endividou mais os EUA que a soma de todos os seus antecessores – de George Washington a George W. Bush –, aumentando em 87% a dívida pública da nação mais rica do mundo e levando-a a impagáveis US$ 20 trilhões. Mas, mesmo com toda essa injeção de dinheiro público e taxas de juro próximas de zero, seu governo deixará uma economia crescendo algo como 1,7% ao ano, com sombras de uma nova e mais severa recessão no horizonte.

Não há como não se perder na magnitude do buraco econômico em que Obama deixa o país

O copo meio cheio

A política de estender o acesso à saúde por meio de subsídios é algo limitado, mas o Obamacare é um grande avanço para os padrões do país, o que não pode ser negligenciado

Leia o artigo de Ramon Blanco, professor da Unila.

Talvez as quase 3 mil novas regulações criadas pela administração Obama, que obrigaram os americanos a passar mais 583 milhões de horas lidando com burocracia e custaram ao país US$ 350 bilhões, expliquem um crescimento tão magro do PIB e um déficit comercial crescente a ponto de atingir US$ 750 bilhões em 2016.

A classe média, supostamente a grande protetora de Barack Obama, foi sem dúvida a que mais sofreu. Ao longo do seu mandato, o número de americanos que se identificam nesta classe social caiu mais de 5%. Também caiu em 4% a parcela da população que possui casa própria. Os mais pobres sofreram igualmente, e a média do salário dos trabalhadores americanos caiu US$ 0,19 por hora em oito anos. As fábricas, antes manancial dos melhores salários para trabalhadores de nível médio, fecharam mais de 300 mil postos de trabalho. Durante a era Obama, nada menos do que 20 milhões de americanos passaram a precisar dos Food Stamps, o equivalente gringo do nosso Bolsa Família. Hoje são já são quase 50 milhões dependendo da esmola governamental.

Na educação, Obama conseguiu a façanha de criar duas crises simultâneas, tornando os cursos superiores do país em média 30% mais caros, ao mesmo tempo em que a dívida dos estudantes para pagar suas mensalidades duplicou ao longo de seu mandato, beirando os insuportáveis US$ 700 bilhões. Um jovem recém-formado deixa uma universidade americana endividado demais para conseguir crédito e abrir um negócio. Muitos acabam decretando falência pessoal em menos de cinco anos.

Mas foi provavelmente na saúde que Obama deixou seu maior desastre. Por causa de seu Obamacare, americanos tiveram de passar a pagar mais de US$ 1 trilhão em novos impostos, ao mesmo tempo em que viram os custos de seus planos de saúde aumentarem em até 25% ao ano. Em um círculo vicioso macabro, a política de saúde de Obama aumentou o número de pessoas dependentes de ajuda governamental, justamente tornando os planos de saúde caros demais para que a classe média os pague por conta própria.

Enquanto jornalistas continuavam a aplaudir o governo Obama, a população reconheceu a realidade e respondeu nas urnas. Além de ver sua candidata presidencial vergonhosamente derrotada, o Partido Democrata também perdeu 12 governadores, 12 senadores e 63 deputados federais. Definitivamente, o povo americano disse “goodbye, dear”.

Paulo Figueiredo Filho é economista e empresário.
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