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Sala de aula da Escola Municipal Herley Mehl, no bairro Pilarzinho, em Curitiba. Imagem ilustrativa.
Sala de aula da Escola Municipal Herley Mehl, no bairro Pilarzinho, em Curitiba. Imagem ilustrativa.| Foto: Jonathan Campos / Especial para a Gazeta do Povo

Buscar na vida as dimensões de sentido consiste em atribuir importância às questões que devem ser priorizadas no cotidiano de nossas existências. Sabemos e reconhecemos que a educação é a mediação essencial do nosso viver. Além do mais, a polissemia da palavra educação nos convida a destacar o relevante papel da escola no desenvolvimento de todas as potencialidades humanas.

Assim, invoco as palavras do grande e saudoso Rubem Alves, professor e escritor com o qual tive o privilégio de dialogar e de interagir pessoalmente em Campinas: “Há escolas que são gaiolas e há escolas que são asas. Escolas que são gaiolas existem para que os pássaros desaprendam a arte do voo. Pássaros engaiolados são pássaros sob controle. Engaiolados, o seu dono pode levá-los para onde quiser. Pássaros engaiolados sempre têm um dono. Deixaram de ser pássaros. Porque a essência dos pássaros é o voo. Escolas que são asas não amam pássaros engaiolados. O que elas amam são pássaros em voo. Existem para dar aos pássaros coragem para voar. Ensinar o voo, isso elas não podem fazer, porque o voo já nasce dentro dos pássaros. O voo não pode ser ensinado. Só pode ser encorajado”.

Ora, por que muitas escolas públicas e privadas não conseguem impulsionar o voo dos alunos? Quais são os motivos pelos quais inúmeras instituições de ensino não conseguem alçar voos rumo aos céus brilhantes do ensino de qualidade e dos grandes avanços no desenvolvimento da educação básica? Como medir a qualidade do aprendizado em nível nacional e estabelecer metas para a melhoria do ensino? Pois bem, o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) foi criado em 2007, pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). O Ideb é um indicador que possibilita o monitoramento da qualidade da educação no nosso país.

Sem dúvida, o Ideb possui limitações na medida em que oferece apenas uma ideia geral sobre avanços e retrocessos. Todavia, é um índice que pode mobilizar a população, os gestores educacionais e as autoridades em torno da viabilização de políticas públicas voltadas para a melhoria da qualidade e do desenvolvimento da Educação no Brasil. Indo nessa direção, ressalto com satisfação que o Ideb se relaciona com o Plano Nacional de Educação aprovado em 2014 e que propõe, na Meta 7: “fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem de modo a atingir as médias nacionais para o Ideb”.

De fato, a meta geral do Ideb para o Brasil estabelece a conquista de 6 pontos na primeira etapa do ensino fundamental até 2022. Ressalto, no entanto, que as metas são diferenciadas para cada rede e escola. Estados, municípios e escolas deverão melhorar seus índices e contribuir, em conjunto, para que o Brasil chegue à meta 6 em 2022.

Não podemos desanimar e devemos trabalhar em prol das melhorias necessárias na educação básica do nosso país, inspirados pelas palavras do filósofo Immanuel Kant, que afirmou: “É no problema da educação que assenta o grande segredo do aperfeiçoamento da humanidade”. O que estamos esperando? Vamos alçar voo nas asas do desenvolvimento da educação básica rumo ao céu radiante da conquista da cidadania. Voemos impulsionados pelos ventos auspiciosos da esperança e do bem comum! Vamos voar com liberdade! Vamos encorajar voos infinitos! Vamos sair definitivamente das gaiolas que nos prendem!

Antonio Artequilino é consultor pedagógico da Conquista Solução Educacional.

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