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Bom dia!

Milhões de brasileiros sem combustível, transporte público ameaçado, centenas de milhares de crianças sem aula, 64 milhões de aves sacrificadas e R$ 3 bilhões de prejuízo só nesse setor. O Brasil amanhece nesta segunda-feira (28) mergulhado na incerteza. As forças federais de segurança tentam garantir o abastecimento mínimo de serviços essenciais desde a sexta-feira (25) à noite, mas o governo e caminhoneiros seguem incapazes de resolver o impasse que já paralisa o país há uma semana. Aqui e ali, começam a aparecer manifestações populares contrárias ao governo.

No fim da noite de ontem, porém, o presidente Michel Temer anunciou novas medidas para atender os pleitos da categoria. O governo diz ter certeza de que a greve acaba hoje, mas houve “panelaço” em várias capitais enquanto Temer falava.

Gazeta do Povo comenta, em Editorial, os riscos trazidos pelo movimento paredista:

O que realmente nos preocupa, e com o que não podemos concordar, é que a atuação de um movimento coloque o país à beira de um caos econômico e, eventualmente, social e político. Imaginem, ainda mais agora que o governo demonstrou estar fragilizado, se cada categoria profissional ou produtiva resolver paralisar suas atividades por completo até ter todas as suas demandas atendidas [...] Todas essas reivindicações são legítimas, mas rapidamente se vê que uma situação assim não seria razoável.

Obedece quem tem juízo. O governo garante que o acordo para a liberação de cargas essenciais está sendo cumprido, e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), autorizou a cobrança de pesadas multas para quem obstruir rodovias, mas a Polícia Rodoviária Federal (PRF) não tinha aplicado nenhuma até a noite de ontem (27). Os caminhoneiros têm desobstruído as vias, mas não voltam a rodar.

Um pouco de contexto. Fernando Jasper foi fazer as contas do preço do combustível desde 2001 e descobriu: já esteve mais alto do que está hoje, considerando os valores corrigidos pela inflação. Já Flávia Pierry explica por que os estados relutam tanto em mexer no ICMS, que tem o maior peso na tributação dos combustíveis, enquanto Débora Álvares analisa as trapalhadas do Congresso na condução da crise. Quem não se lembra do papelão de Rodrigo Maia (DEM-RJ)? 

O Editorial de sexta-feira (25) da Gazeta do Povo comenta as oportunidades perdidas pela classe política e os maus exemplos desses dias de paralisação:

Perdemos pela tentação da irresponsabilidade fiscal, pela impressão de que quem grita mais alto obtém benefícios às custas do restante da população – no longo prazo, as distorções do mercado aumentam o preço para todo mundo –, e pelo afastamento de uma opção de desenvolvimento para o país com mais liberdade econômica. Também sai perdendo nossa capacidade de planejamento: afinal, ninguém explica como as decisões aventadas agora lidam com os problemas que subjazem a toda a confusão. 

Vem mais por aí. Os petroleiros devem fazer hoje um “esquenta” para a greve de 72h que querem deflagrar a partir de quarta-feira (30). O governo estuda barrar o movimento na Justiça.

Clima jacobino. Com cautela, o blogueiro Rodrigo Constantino questiona o clima de conflagração política que vive o país:

Entendo o desespero, mas ele não é garantia de boas decisões. Ao contrário: pessoas desesperadas, sem nada a perder, podem muito bem jogar a toalha e partir para o tudo ou nada, brincando de roleta russa. Que façam isso isoladamente, vá lá, mas que façam com toda uma nação, não posso aceitar – muito menos aplaudir e incentivar.

A Gazeta do Povo também expressou, em Editorial extraordinário na sexta-feira, preocupações com o caráter autoritário da movimentação:

Há direitos a serem protegidos, procedimentos formais a serem seguidos, instituições a serem respeitadas. Em uma democracia sadia, ninguém pode arvorar-se dono da sociedade civil e tentar impor seu projeto pessoal de sociedade. Isso não significa que as pessoas devam abrir mãos de suas convicções ou de buscar soluções para seus problemas. Ao contrário, uma democracia é tanto mais vibrante quanto mais as pessoas levam a sério o valor umas das outras e se engajam no diálogo e no convencimento livre. Do contrário, a coisa pública é apropriada por interesses privados e momentâneos – mesmo que sejam da maioria – em detrimento do bem comum, e força prevalece sobre o direito.

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