Bom dia!
O governo – ou ao menos parte dele – está preocupado com a aprovação da reforma da Previdência. Paulo Guedes soltou uma bomba nessa segunda-feira (25): se a reforma não for aprovada, disse ele, o pagamento de salários de servidores federais será interrompido. O ministro da Economia pintou um cenário apocalíptico em caso de derrota do projeto. De Brasília, Jéssica Sant’Ana mostra como Guedes vê o andamento da reforma e os entraves da última semana.
Já em Curitiba, Fernando Jasper e André Gonçalves entrevistaram o deputado Felipe Francischini (PSL-PR), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara dos Deputados – responsável pela primeira avaliação do projeto da reforma da Previdência. É Francischini quem decide quando acontece o pontapé inicial na tramitação. E ele deixou claro: “Eu vou segurar a questão da designação do relator até melhorar o ambiente político em Brasília”. O deputado falou ainda sobre o projeto de reestruturação da carreira militar e o pacote anticrime de Sergio Moro.
Efeito cascata
Valença do Piauí, um município de 20 mil habitantes no interior do estado nordestino, pode dar origem a um efeito cascata na política brasileira. Os ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) estão julgando irregularidades na campanha de 2016 que envolvem candidaturas laranjas. Seis dos onze vereadores poderiam perder o mandato. A decisão abriria um precedente para casos do tipo em todo o país. Kelli Kadanus explica o porquê.
Achou certo
Se você achava que Michel Temer (MDB) sairia da cadeia em menos de uma semana, achou certo. Um desembargador do TRF-2 – que já foi investigado por estelionato e formação de quadrilha – mandou soltar o ex-presidente e os outros presos na operação. Temer deixou a Superintendência da Polícia Federal por volta das 18h40 e voltou para São Paulo, onde mora. Mas nem tudo são flores para o emedebista: o Banco Central bloqueou R$ 8,2 milhões em suas contas, além de R$ 23 milhões das contas do coronel João Baptista Lima Filho, seu amigo.
Outro papo
No editorial desta terça (26), a Gazeta do Povo elogia a mudança no tom do discurso do ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo:
Chama a atenção que, em suas últimas manifestações, o chanceler brasileiro tenha matizado suas críticas ao multilateralismo – o que levantava preocupações legítimas, tendo em vista seus primeiros textos que vieram a público. Araújo tem dito que combater o globalismo não é combater as instituições multilaterais, como a Organização das Nações Unidas (ONU), e a Organização dos Estados Americanos (OEA), mas sim certas agendas que encontraram nesses fóruns uma oportunidade de prosperar à revelia das soberanias nacionais.
Sem vergonha
“O Pinochet revolucionou o Chile como o nosso Mito vai mudar o nosso Brasil”, tuitou, sem nem corar, Luciano Hang, dono da Havan e apoiador-mor de Bolsonaro. O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM), também aproveitou a visita do presidente ao Chile para relativizar o legado negativo do ditador chileno. Filipe Figueiredo explica por que não há absolutamente nada a admirar no governo de Pinochet:
Primeiro de tudo, em tempos em que se fala tanto do combate à corrupção no Brasil, não se pode esquecer que ditaduras são, essencialmente, corruptas. São pouco transparentes, não incluem o debate nem o controle público das contas, são movidas por interesses de grupos específicos e com um claro recorte ideológico. Toda e qualquer ditadura. “Mas e Cuba, só fala do Pinochet”. Cuba incluso. “Mas e a Coreia do Norte?”. Também. Toda e qualquer ditadura. O que cura a corrupção é transparência, participação popular e democracia. Não é coincidência que os dez países menos corruptos pela Transparência Internacional são quase os mesmos dez países mais democráticos pelo Democracy Index da Economist.
Bolsonaro, porém, é fã do período da ditadura militar no Brasil e resolveu deixar claro que as comemorações do dia 31 de março de 1964 nos quartéis não apenas estão liberadas, como incentivadas. E nem corou.
Para onde vai a universidade?
Na próxima semana, os alunos, professores e servidores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) vão às urnas para eleger o seu novo reitor – dias depois da condenação de um de seus ex-reitores e ainda com as cinzas do Museu Nacional, vinculado à universidade, pairando pelo ar. Fabio Calsavara conversou com os candidatos ao cargo sobre o museu, a “Lava Jato da Educação”, a possibilidade de cobrar mensalidades dos alunos e a atuação partidária nos quadros da universidade – o atual reitor é filiado ao PSOL.
Falando em partidos
O senador Oriovisto Guimarães (PODE-PR) propôs uma PEC para reduzir o número de partidos no Brasil. João Frey explica como a ideia funcionaria.
Imagem do dia
É só uma visitinha?
No fim de semana, dois aviões da Força Aérea russa desembarcaram na Venezuela levando quase cem soldados e equipamentos militares. O caso alimentou diversas especulações. Explicamos o que pode significar a chegada dessas aeronaves.
Feijão, vinho e teatro
Você deve ter aprendido de pequeno, vendo como seus familiares faziam: antes de cozinhar o feijão, é bom deixá-lo de molho por um tempo. Mas por que a gente faz isso? No Viver Bem, Raquel Derevecki explica para você – spoiler: isso ajuda até a diminuir os gases.
O pessoal do Bom Gourmet participou de uma degustação às cegas de vinhos Chardonnay sul-americanos – que impressionaram pela qualidade. Guilherme Rodrigues elenca os 16 vencedores. E o melhor: seis deles saem por menos de R$ 60.
O Festival de Teatro de Curitiba, o maior do país, começa nesta terça (26). A mostra principal e os eventos paralelos contam com espetáculos para todos os gostos e bolsos – mais de 100 deles são gratuitos e mais de 50 funcionam no sistema Pague Quanto Vale. No Guia, Laura Leal Bordin traz a programação de cada dia do festival.
Uma ótima terça-feira para você!
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