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RIO DE JANEIRO - Leio nos jornais que o governo planeja diminuir a verba destinada à saúde. Concretizada a medida, serão R$ 2 bilhões a menos no ano que vem. Da verba que sobrar, serão descontados os recursos destinados ao Bolsa-Família, que será considerado investimento na área da saúde.

Um dos setores mais dramáticos da administração pública é justamente a saúde. Na prática, qualquer brasileiro sabe que é precária (para não dizer criminosa) a situação dos hospitais públicos, com filas gigantescas, falta de material, de pessoal, atendimento insuficiente e demorado.

Durante a campanha eleitoral, por diversas vezes Lula abordou o tema da saúde, reconhecendo suas deficiências, mas prometendo saná-las em seu segundo mandato, dotando o Brasil de uma estrutura de saúde digna de Primeiro Mundo.

Cortando R$ 2 bilhões dos recursos do ano que vem, ele terá de fazer um milagre fantástico, além da imaginação, pois não será com menos dinheiro que ele aparelhará um setor que vive um estado quase falimentar.

Diariamente, os jornais da tevê mostram invariavelmente um "flash" do descalabro na área da saúde, pacientes estendidos no chão, bebês dentro de pias, vez por outra um doente morre na fila de atendimento. Esse quadro se agrava quando as redes estaduais e municipais de saúde também vivem o mesmo descalabro.

Na área federal, há um certo cinismo ao considerar investimentos em saneamento básico como gastos com saúde, além da já citada Bolsa Família, que também será considerada área de saúde.

Tais subterfúgios não bastaram para o governo. Foram direto na própria verba e cortaram R$ 2 bilhões em nome da redução dos gastos públicos. Mas investir na saúde não é gasto, e sim ganho público.

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