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Rio de Janeiro – Na minha infância havia um ditado que todos repetiam: 'Araruta tem seu dia de mingau'. Para falar a verdade, nem sei direito o que é araruta, deve ser um cereal menos nobre que, em determinadas circunstâncias, é promovido à nobreza de produzir um mingau.

Pois é isso aí: o Rio teve dias de mingau durante os Jogos Pan-Americanos. Afora pequenos e irrelevantes acidentes de percurso, naturais numa jornada de tantos dias, tudo correu nos conformes. A cidade mostrou que é capaz de dar a volta por cima de seus problemas estruturais, inclusive o da violência, responsável pela imagem negativa que corre pelo mundo.

Parece que o esquema de segurança será desativado, com redução de 5.000 homens que deixarão o policiamento das ruas e morros que sofrem o maior impacto do crime organizado. É uma pena. As autoridades sabem o que devem fazer. Não fazem por vários motivos, inclusive por compromissos políticos e eleitorais.

Não é tempo de lamber feridas. O governo estadual, a Prefeitura do Rio e o Comitê Olímpico Brasileiro merecem louvores. Carlos Arthur Nuzman foi o âncora perfeito de uma festa perfeita. Se me perguntarem qual foi o maior mérito do Pan 2007, além do regaste do Rio como Cidade Maravilhosa, eu direi que foi a visibilidade dada ao atletismo em suas diversas modalidades. Não havia porteiro de edifício que não tivesse o radinho ligado nas provas que, até então, pouco interesse despertavam no homem comum.

Somos um povo centrado no futebol e, em escala menor, em esportes coletivos. Ainda estamos longe de uma mentalidade olímpica, mas já temos nossos ídolos em esportes que até então não empolgavam o povo. A cada medalha de ouro que nossos atletas ganhavam, era como se todos nós ganhássemos também.

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