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O ser humano é um animal naturalmente social, já disse o Filósofo. Há nesta frase duas verdades diferentes: o ser humano tem uma natureza própria, e o ser humano desenvolve culturas, modos sociais de se comportar. Culturas mais adequadas à natureza humana perduram; culturas inadequadas decaem rapidamente, com alguma outra surgindo em seu lugar.

Cada sociedade local tem uma cultura própria. A convivência pacífica entre grupos culturalmente distintos sempre ocorre segundo as regras do jogo da cultura mais forte, e raramente é agradável aos membros dos grupos mais fracos. Os exemplos de multiculturalismo que perduraram mais que algumas poucas décadas ao longo da história são os sistemas de castas, os guetos e demais formas de apartheid.

O menos provável é uma assimilação dos imigrantes, formando uma sociedade monocultural e pluriétnica

O Ocidente atual vive as derradeiras etapas da decadência terminal da cultura do Iluminismo, por sua vez um parasita que só sobreviveu enquanto ainda tinha alguma seiva da cultura cristã anterior para manter a sociedade mais ou menos ordenada. Nesse triste contexto surgiu uma crença supersticiosa na possibilidade de uma sociedade “multicultural”.

A confusão começou no artificialíssimo ambiente acadêmico, em que pessoas de todas as cores e origens geográficas têm uma cultura em comum. Chamaram àquela sociedade monocultural e pluriétnica “multiculturalismo” e dedicaram-se a propagar este ideal, na ilusão de que uma sociedade em que fossem misturadas pessoas de várias culturas diferentes seria algo semelhante a uma sala de professores universitária.

Uma deputada do Partido Verde alemão, a acadêmica dra. Stefanie von Berg, chegou a dar um passo adiante, celebrando um futuro em que pessoas de ascendência europeia serão minoria no território alemão e em que, segundo ela, surgiria uma sociedade “supercultural”.

Ora, uma sociedade “supercultural” é uma contradição em termos. Sociedades e culturas não podem existir uma sem a outra. É compreensível que alemães fiquem ressabiados com nacionalismo, dado o horror que foi o Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães (mais conhecido como “Partido Nazista”). O medo do nazismo, todavia, não revoga a natureza humana; continua tão impossível uma sociedade “supercultural” quanto seria uma sociedade “superoral”, em que ninguém mais falasse.

Há dois resultados possíveis para a busca insana de multiculturalismo que assola o antigo Primeiro Mundo: o menos provável é uma assimilação perfeita dos milhões de imigrantes, formando uma sociedade monocultural e pluriétnica, uma espécie de sala dos professores universitária em grande escala. O mais provável é o surgimento de um sistema baseado na submissão de uma cultura a outra, como o apartheid. A questão é apenas qual será a cultura dominante.

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