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| Foto: José A. Warletta/Free Images

Como esperar que a maioria dos professores, sabidamente de esquerda, reconheça o fenômeno da doutrinação ideológica nas escolas e universidades, que eles mesmos estão a promover? O filósofo René Guénon dizia que ser invisível é da essência do poder. E não há poder maior do que o de subjugar consciências sem que elas percebam. Ora, sendo assim, é claro que os professores, bem como todos os comprometidos com “a causa”, reagirão contra o Escola Sem Partido, invertendo os polos entre censores e censurados ao dizerem que eles é que são os perseguidos (pela simples afixação de cartazes elucidando direitos e deveres já existentes no nosso ordenamento jurídico... Pois é!), e negando terminantemente a existência da dita doutrinação, apesar dela já ter sido comprovada em incontáveis relatos. Fazem isso seja porque não querem entregar os principais redutos de formação de “cidadãos conscientes” (traduzindo: militância) – e nesse caso estão a ocultar dos pais e da sociedade o processo intencional de modelagem de mentes –, seja porque, já imersos na cosmovisão esquerdista como peixinhos no oceano, não têm sequer repertório de pensamentos distintos e acreditam piamente que estão a ensinar as coisas como são, ou melhor, como deveriam ser – e nesse caso, a própria ideologia é que é invisível a eles. Fernando Holiday cita casos – inclusive dá um testemunho pessoal – de doutrinação em sala de aula, mostrando que, nas instituições de ensino brasileiras, o esquerdismo está presente em diversos níveis, desde a difusão de ideias num viés único, até a panfletagem partidária desavergonhada. (site exige cadastro)

Livros didáticos

Percival Puggina comenta o endosso dos livros didáticos ao discurso enviesado em sala de aula. É só conferir o material dos filhos para mensurar o tamanho do problema. Há livros por aí com distorções absurdas e erros históricos grotescos. Dá a impressão de que foram feitos sem a menor seriedade em termos de pesquisa.

Educação não-ideológica

Há quem se perca no debate acerca do Escola Sem Partido porque acredita que não é possível se despir do discurso ideológico: se não for de esquerda, será de direita. Isso não é verdade. Primeiro que mesmo um professor de esquerda deve saber a diferença entre emitir uma opinião e falar de fatos, e também deve dominar a matéria que leciona para além da “cartilha”, familiarizando-se com autores e abordagens diversas. Segundo que, no caso do ensino primário e secundário, não faz sentido encher os alunos de conteúdo superficial e abrangente – que dá margem à doutrinação – quando deveriam estar focados em ensinar conteúdos que assentam as bases para o tão almejado “raciocínio crítico” no futuro: precisam aprender a ler com proficiência, e ler sobretudo muita literatura, precisam escrever bem, e precisam saber fazer contas. É claro que há mais coisas interessantes para aprender, mas esse é o básico. E nem isso os alunos brasileiros sabem mais, chegam à universidade sem saber distinguir num texto o que é conceito e o que é figura de linguagem. Um ensino básico bem feito, sem ideologismos, e com a introdução do aluno no mundo da alta cultura, com a leitura dos clássicos – quem é que vai se opor à leitura de Shakespeare? – salvaria o país. Onde está a “doutrinação de direita” aqui? Mateus Mota Lima fala de diferentes concepções de educação.

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