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 | Kevin C. Cox/AFP
| Foto: Kevin C. Cox/AFP

Nos Estados Unidos, um clima de tensão política pairava antes de começar a 51.ª edição do Super Bowl, a final do campeonato de futebol americano – que foi, diga-se de passagem, uma das partidas mais emocionantes da história do esporte, segundo os entendidos. O destino reservou a esse jogo entre New England Patriots e Atlanta Falcons tantas passagens épicas que o último domingo será um dia lembrado por décadas entre os americanos – não só pela partida, mas por tudo que se relacionava ao evento, incluindo o halftime show e os aguardados comerciais transmitidos nos intervalos. Como imprensa e showbiz demonstram não estar muito conformados com a vitória de Donald Trump, esperava-se que, como ocorreu no show de Beyoncé no ano passado, a convidada desse ano para se apresentar durante o intervalo, Lady Gaga, assumisse um tom político durante sua performance. Neste texto publicado ainda antes da partida, Vilma Gryzinski explica o que estava em jogo – mais fora que dentro do campo.

O show de Lady Gaga

Para a surpresa de todos, Lady Gaga fez uma apresentação patriótica, digna de um dia tão memorável para os americanos! As posições políticas da cantora não são mistério para ninguém: ela, inclusive, já foi fotografada com cartazes anti-Trump. Mas, nesse evento que significa tanto para o povo americano – todo ele, não importando as convicções pessoais de cada um –, foi bom que a cantora tenha deixado de lado o tom político que incomodaria uma boa parte do público; afinal, ninguém é obrigado a lidar com a insatisfação política dos artistas durante a partida final do campeonato que adora. Foi extremamente oportuno que Gaga tenha feito uma apresentação que buscou reavivar o orgulho de ser americano. Sua intenção talvez tenha sido pacificar os ânimos exaltados no país. Já está na hora de os democratas superarem a derrota e trabalharem pelos EUA. Chris Enloe destaca a diferença da performance de Lady Gaga nesse ano e a de Beyoncé no ano passado. (texto em inglês)

Os comerciais

Infelizmente, os (caríssimos) comerciais apresentados durante a partida não seguiram o tom apaziguador do show de Lady Gaga. Vimos desde propaganda reforçando a mensagem feminista (caso da propaganda da Audi) até uma com crítica à política de imigração do governo Trump. Mesmo que compremos o bom-mocismo politicamente correto dessas megacorporações, convenhamos que não era ocasião para proselitismo político. Todd Starnes traz os highlights dos comerciais durante o Super Bowl. (texto em inglês)

Tom Brady: guerreiro americano

Tom Brady – que já foi fotografado com um boné de Make America Great Again e é amigo pessoal de Donald Trump –, quarterback do vitorioso Patriots, é odiado por muitos porque não representa nenhuma minoria: é o típico cara branco, bonitão, jogador de futebol que a gente vê nos filmes sobre high school americano. Claro que tudo isso é só um estereótipo bobo, porque a carreira desse jogador – tido como um dos maiores da história – é cheia de reviravoltas e lutas. Mesmo velho, Brady prova que é um jogador excepcional. Mais ou menos como seu amigo Trump (aliás, a quem ele negou o apoio público, para não criar encrenca com a esposa Gisele Bündchen), quando todas as pesquisas apontavam que seu adversário ganharia (os Falcons estavam à frente na partida por muitos pontos), ele provou que não se deixa abater pelas circunstâncias desfavoráveis e levou o título. O doutor Marc Siegel fala sobre o condicionamento físico de Brady, já debilitado, que foi mais um obstáculo que o quarterback teve de vencer (texto em inglês).

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