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Obrigado, papa Bento. Por um gesto de grandeza e renúncia, o senhor presenteou a humanidade com Francisco. Agora vivemos a alegria de ter dois papas: um intelectual e um pregador. "Não trago ouro nem prata, mas algo muito mais precioso: Jesus Cristo", disse Francisco no Brasil, deixando os militantes anticristãos desnorteados. A reação destes foi a de sempre: "Por que o Vaticano não vende suas riquezas e doa o dinheiro aos pobres?"

Ninguém pensa em vender o Louvre, a Basílica de Santa Sofia, o Taj Mahal, a Pirâmide de Quéops ou Abadia de Westminster. Ninguém sugere vender a Pietá, Las Meninas ou as esculturas de Aleijadinho. Ninguém cogita vender o Cristo Redentor, o Kremlin ou a Cidade Proibida.

Em vez de matar as pessoas, como sempre foi feito ao longo da história revolucionária, os militantes modernos preferem torná-las idiotas. É uma idiotice, para dizer o mínimo, defender a venda das "obras de arte" e "grandes riquezas" da Igreja. O Vaticano é um patrimônio cultural da humanidade; não tem valor de mercado, mas um valor espiritual e histórico muito acima das medidas humanas.

Se um papa idiota ou louco – e já houve alguns – vendesse o Vaticano para dar "dinheiro aos pobres", cometeria um crime contra esses mesmos pobres. A Igreja Católica não apenas é a maior mantenedora de obras de caridade no mundo, como também a criadora da noção de caridade universal. Sem a Igreja, essas obras de amor seriam rapidamente condenadas à extinção, o que causaria um morticínio de proporções globais. O mundo seria um Holodomor sem fim.

Comunistas odeiam o Cristianismo. E um dos principais motivos de tanto ódio está em que os cristãos realizam, através da caridade, aquilo que a esquerda revolucionária sempre tentou – e não conseguiu – realizar pela força: o combate à miséria, à ignorância e à morte. Por isso os radicais de esquerda atacam o papa Francisco com todas as forças. Não importa que ele esteja combatendo os escândalos financeiros dentro do Vaticano. Não importa que ele defenda os pobres. Importa o projeto de poder socialista.

Os críticos da Igreja acham que os milhares de hospitais, escolas e universidades cristãos espalhados pelo mundo caíram do céu? Se a Igreja Católica não tivesse recursos, quem sustentaria os médicos, enfermeiros e professores que se dedicam a combater a fome, a miséria e a ignorância no mundo inteiro? Os antivaticanistas sabem o que é fazer um hospital ou uma escola?

Deixo essas perguntas no ar, para reflexão de meus sete leitores. Faulkner dizia: "Tire-se o Cristianismo do homem, e não restará nada". Tire-se a Igreja Católica do mundo, e restará apenas morte.

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