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Confirmando a influência da globalização, o Brasil entrou na onda das fusões empresariais gigantescas, com a proposta de criação de uma superempresa de produção de alimentos, a partir da fusão das duas principais indústrias nacionais do setor. Pouco antes outra consolidação empresarial, entre as empresas Arcelor e Mittal, resultou na maior siderúrgica do mundo, com reflexo aqui através das usinas de fabricação de aço que o novo complexo opera no país. Na ordem do dia ainda, a aproximação entre a GM e outras montadoras poderá gerar nova aliança gigantesca no mundo dos negócios.

Tais uniões empresariais, fruto da globalização que se acelerou neste começo de século, levam ao surgimento de megaempresas com operações em vários continentes, empregando centenas de milhares de funcionários e exibindo faturamento de bilhões de dólares – superior ao PIB de países de tamanho médio. A principal justificativa, aquisição de escala para a disputa de mercados externos, muitas vezes deixa de lado a defesa da concorrência, despertando indagações sobre o limite desse processo de expansão dos negócios e a capacidade de seu controle por parte dos governos nacionais.

O caso das indústrias de alimentos não prosperou, mas uma fusão desse porte vai acontecer, mais cedo ou mais tarde, como ocorreu em outros países. As implicações vão desde o controle de um negócio com mais de 50 fábricas distribuídas por vários estados brasileiros – inclusive no Paraná – até o exame pelo órgão regulador de concorrência, o Cade. Atento a essa nova escala, o governo pode exigir modificações no contrato, como fez ao aceitar a fusão de duas fabricantes de artigos de higiene ou entre as duas maiores cervejarias do país resultou num quase monopólio de oferta.

A nova onda de junção de empresas de escala já tinha sido marcada pela compra da siderúrgica européia Arcelor pela firma indiana Mittal, criando um complexo de escala mundial com capacidade para produzir 100 milhões de toneladas de aço por ano. No Brasil a nova gigante vai operar usinas metalúrgicas antes pertencentes à Siderúrgica Belgo-Mineira, com instalações ainda no Espírito Santo e Santa Catarina. Como envolve interesses de acionistas minoritários o negócio está sob apreciação do órgão regulador do mercado de títulos, que poderá impor restrições ao seu registro.

Na área automotiva a projetada associação entre a GM e a Renault/Nissan, ou outra firma do ramo, interessa de perto aos paranaenses: o grupo franco-nipônico possui duas fábricas em São José dos Pinhais, onde são produzidos diversos modelos de automóveis e utilitários. A negociação pode solucionar déficits verificados entre as montadoras de veículos, por força de mudanças tecnológicas, alta de combustíveis e outras questões.

Mas, ao lado de fusões de multinacionais, o Brasil também registra o sucesso de grupos nacionais que se fortaleceram para competir lá fora; repetindo o passo das multinacionais de países desenvolvidos, ao se expandirem em busca de oportunidades.

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