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É emblemático quando intelectuais de um país precisam se reunir para proclamar publicamente algo que é bastante óbvio e deveria ser consenso entre a população e os políticos de um país: firmar posição pela defesa da democracia. A necessidade de realizar um ato como esse significa que o momento político é grave. O manifesto, idealizado por cerca de 250 intelectuais e personalidades, lido em São Paulo na última quarta-feira, é um ato histórico e corajoso. O texto, lido pelo consagrado ju­­rista Hélio Bicudo em frente da Faculdade de Direito da USP, coloca um dedo na ferida do governo do presidente Lula, que parece não admitir ser criticado pela imprensa, considerando-se quase infalível. "É inconcebível que uma das mais importantes democracias do mundo seja assombrada por uma forma de autoritarismo hipócrita, que, na certeza da impunidade, já não se preocupa nem mesmo em fingir honestidade", diz o manifesto. "Não precisamos de soberanos com pretensões paternas, mas de democratas convictos." O fato de a democracia precisar ser proclamada em tal alto tom é um sintoma da ameaça ao Estado De­­mocrático de Direito. Felizmente, esse manifesto histórico mostra que há esperança para uma sociedade em que as pessoas se juntam para dizer que a democracia é importante e que é imprescindível.

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