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Dois terços da eletricidade que o Japão consome atualmente são produzidos por estações térmicas operadas com combustíveis fósseis – carvão, petróleo ou gás natural. Embora o álcool seja mais caro a curto prazo, o governo japonês está disposto a pagar o preço. O uso de uma fonte limpa é necessário para reduzir a poluição.

Assim, centrais de energia elétrica passarão a utilizar, a partir de 2010, o álcool produzido pela Petrobrás. Para cumprir o Protocolo de Kyoto, a intenção é passar a importar 3 bilhões de litros de álcool por ano. A Tokyo Electric Power é uma das empresas interessadas na utilização do álcool em larga escala. O produto é substância livre de dióxido de carbono, e o cultivo de cana-de-açúcar absorve os gases que acarretam o efeito estufa.

Primeiro produtor mundial de álcool, o Brasil tem uma grande oportunidade para deslanchar programas, duplicando a produção desse combustível para 30 bilhões de litros até 2014.

O Brasil registra no momento uma combinação positiva: os mercados de açúcar e de álcool estão aquecidos, tanto interna como externamente. A demanda por álcool não pára de crescer, movida pelo sucesso dos veículos bicombustíveis, a disparada dos preços do petróleo e o crescente interesse internacional, como o do Japão, por combustíveis menos poluentes. Espelhando essa conjuntura, existem 40 usinas em construção no país. No Paraná, segundo maior produtor brasileiro, há duas delas em construção, buscando-se uma ampliação de 50% da área plantada até 2008.

A previsão da Associação dos Produtores de Álcool e Açúcar do Paraná (Alcopar) é de que a área plantada com cana no estado atingirá 600 mil hectares cultivados. Na atual safra, já teremos volumes recordes: 2,2 milhões de tonelada de açúcar – 47% a mais do que no ciclo anterior – e 1,5 bilhão de litros de álcool – um aumento de 36% sobre o 1,1 bilhão de litros de 2005. A tendência, como já assinalamos em seguidas reportagens, é de ocorrer a troca da soja pela cana, ano a ano.

Some-se a essa moldura o recente alerta do conselheiro da presidência da União Européia (UE), Antônio José Cabral, ao participar do seminário Brasil–UE: Estratégias e Políticas de Longo Prazo, "as mudanças climáticas no mundo, que têm provocado intensas ondas de frio ou de calor em determinados pontos da Europa em estações diferentes do ano, tornaram a questão energética uma prioridade naquele continente". Para ele, a agenda energética ganhou dimensão na Europa, constituindo real preocupação dos dirigentes da comunidade, que congrega 27 países.

Dando os primeiros passos na construção de uma política energética mais barata e que possa suprir as necessidades que se avizinham nos próximos anos, a União Européia (UE) deixa claro que, agravado com o aumento do preço do barril de petróleo em 2004 e 2005, o quadro empurra as nações a uma cartada decisiva quanto ao futuro. Daí a busca quase desesperada por soluções mais baratas.

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