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Infelizmente, a imprensa do município mexicano de Ciudad Juárez, localizado na fronteira com o México, entregou os pontos para o narcotráfico local neste do­­mingo após dois jornalistas da empresa terem sido atacados na semana passada. Um deles morreu. O texto do editorial do jornal El Diario, publicado na capa, diz: "Somos comunicadores, não adivinhos. Portanto, como trabalhadores da informação, queremos que nos expliquem o que querem de nós, que é que pretendem que publiquemos ou deixemos de publicar, para saber a que nos ater". De acordo com o periódico, os criminosos são "as autoridades de fato" no momento na cidade. Apesar da compreensível preocupação da empresa jornalística com a segurança de seus empregados, esse não é o papel da imprensa. É inadmissível que os jornais locais tenham de abaixar a cabeça para narcotraficantes. Mas também é inaceitável que os criminosos locais ditem as leis. O editorial afirma ainda que não se trata de uma "rendição", mas de um pedido de trégua. Ledo engano. Trata-se sim da perda de um meio de luta contra os dois cartéis que tomaram conta da cidade e já causaram a morte de milhares de habitantes locais. Se o poder público não consegue acabar com eles e a imprensa se calar, qual esperança sobrará a esses cidadãos?

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