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Qual o Brasil que almejamos construir? Que Estado sonhamos para viver, trabalhar e criar nossas famílias? Essas são perguntas que têm muito a ver com a decisão a ser tomada pelos eleitores no próximo domingo, quando serão eleitos o novo presidente da Re­­pública, governadores, os integrantes do Congresso Nacio­­nal e das Assembleias Legislativas. País com uma democracia consolidada, o Brasil precisa agora caminhar para o aprimoramento de suas instituições, como forma de abrir as portas para o desenvolvimento sustentado e o consequente resgate de dívidas sociais que se estendem por décadas. Esse é o desafio que se apresenta e para o qual todos os brasileiros estão sendo chamados a dar a sua parcela de contribuição. O mecanismo primeiro para isso é o exercício do voto, quando na urna cada um exercerá o soberano po­­der de escolher os seus representantes.

Agora, não basta simplesmente votar, mas exercer esse instrumento ao mesmo tempo singelo e poderoso da cidadania de forma consciente, buscando eleger candidatos que efetivamente estejam compromissados com a moralidade e a austeridade no trato da coisa pública. Os desmandos administrativos, as denúncias de corrupção e as agressões a direitos constitucionais estampados pela imprensa nos últimos tempos revelam um cenário profundamente sombrio de total desestabilização e alienamento ético que grassa em praticamente todas as esferas de poder e, o que é mais grave, de forma praticamente impune.

Se essa é a realidade que se apresenta, a sociedade organizada, por seu lado, não pode perder a capacidade de se indignar e de cobrar posturas adequadas de seus homens públicos. Escândalos como o da quebra ilegal do sigilo fiscal de integrantes do PSDB e de familiares do candidato tucano José Serra por parte de funcionários da Receita Federal ligados ao PT, supostamente para beneficiar a candidata oficial Dilma Rousseff, e o da rede de influência montada por familiares da ex-ministra chefe da Casa Civil Erenice Guerra para intermediar negociatas altamente rendosas em benefício da parentela, não podem simplesmente ser varridos para debaixo do tapete como se fossem factoides ou denúncias meramente eleitoreiras de ocasião.

No âmbito doméstico, lamentavelmente, a situação não é diferente, como mostrou a série de reportagens dos Diários Secretos da Gazeta do Povo e da RPC TV, escancarando para a opinião pública como funcionava uma escandalosa rede de tráfico de influência e de interesses escusos na Assembleia Legislativa, envolvendo desde a Mesa Diretora da Casa a deputados, diretores e funcionários daquele Poder. Casos de servidores fantasmas e de desvios milionários de recursos públicos como prática que vinha de décadas foram revelados com todos os erres e effes para espanto geral, tamanha a ousadia, desfaçatez e sentimento de impunidade por parte daqueles que fizeram da coisa pública uma ação entre amigos.

Não faltaram manifestações de indignação de setores da sociedade paranaense, sendo o exemplo mais emblemático o movimento "O Paraná que Queremos", deflagrado no dia 8 de junho passado. Naquela data, milhares de paranaenses, nas maiores cidades do estado, saíram às ruas somando forças com as principais entidades de classe exigindo um basta à impunidade e à corrupção no Legislativo estadual. Um passo importante foi dado com o movimento, mas ainda não é o suficiente. É preciso mais, e isso pode começar a ocorrer em 3 de outubro, com a escolha consciente daqueles candidatos efetivamente compromissados com a ética, o respeito às instituições, ao dinheiro público e com os próprios cidadãos, quase sempre unicamente lembrados como massa de manobra em época de campanha eleitoral.

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