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A série Diários Secretos, da Gazeta do Povo e RPC TV, completa hoje 1 ano do início de sua publicação. De 16 de março de 2010 para cá, como resultado de um minucioso trabalho jornalístico, foi revelado em detalhes o escandaloso esquema de desvio de recursos públicos montado na Assembleia Legislativa do Paraná e que pode chegar a R$ 100 milhões. As reportagens, que tiveram grande repercussão, dentro e fora do Paraná, redundaram na conquista do cobiçado Prêmio Esso de Reportagem pela Gazeta e RPCTV, atestando a relevância do trabalho jornalístico realizado.

Até o momento, pode-se dizer que o saldo para a sociedade paranaense é positivo, com a denúncia de envolvidos, o afastamento de funcionários fantasmas e de diretores denunciados por falcatruas, além da aprovação da Lei da Transparência, pela qual o Legislativo estadual se obriga a dar publicidade a todos os seus atos. Ponto positivo também para algumas medidas saneadoras tomadas pela nova mesa diretora da Casa e que sinalizam para novos tempos. Entretanto, o trabalho está apenas no começo e não deve ser interrompido, sob pena de se voltar atrás nas velhas práticas que dominaram o Legislativo por anos a fio.

Afinal, é impensável que as denúncias do desvio de dinheiro público de tamanha magnitude – em um esquema que funcionou ao longo de15 anos – venham a permanecer impunes. É impensável também que as medidas moralizadoras propostas pelo Movimento "O Paraná que Queremos", capitaneado pela Seção Paraná da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PR) e apoiado por duzentas entidades e por aproximadamente 100 mil paranaenses, não sejam levadas a bom termo. Por essa razão, o momento atual é de permanente vigilância e de constante fiscalização para que efetivamente o Legislativo paranaense consiga sair da profunda crise ética em que mergulhou e resgate sua imagem perante a sociedade.

A política do "vamos deixar o passado para trás" não pode de forma nenhuma prevalecer, ainda que alguns dos personagens mais diretamente envolvidos tenham logrado alcançar a reeleição. O Ministério Público está fazendo sua parte, denunciando dois ex-presidentes e dois ex-primeiros-secretários por improbidade administrativa. Na ação aparecem também denúncias contra ex-diretores e funcionários da Casa, apontando falta de transparência, manipulação de dados, adulteração e falsificação de documentos, contratações irregulares, pagamentos de salários a servidores fantasmas e desvio de recursos públicos. Agora, em nome do clamor por mais ética na política, cabe esperar pelo posicionamento da Justiça.

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