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Aeroporto de Cascavel é o próximo na lista de concessões no Paraná
Obras de R$ 42 milhões foram entregues em outubro: dinheiro de Itaipu custeou os dois fingers do terminal| Foto: Divulgação/Prefeitura de Cascavel

Após os terminais de Curitiba, Londrina e Foz do Iguaçu, o próximo terminal aeroportuário em uma cidade-polo paranaense a ser concedido à iniciativa privada pode ser o Aeroporto de Cascavel – administrado hoje pelo município e cujo nome oficial é Coronel Adalberto Mendes da Silva.

Segundo o prefeito Leonaldo Paranhos (PSC), está sendo acertado um convênio para que a Infraero administre o terminal durante um ano. Nesse período, a estatal federal de infraestrutura aeroportuária finalizaria o processo de upgrade do Aeroporto de Cascavel e estruturaria planos de investimento e de concessão. A meta da administração municipal é que no meio do ano que vem seja feita a cessão a uma empresa privada.

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“Tive medo de licitar agora e não ter ofertas. Fiquei surpreso com os valores do leilão do Bloco Sul”, afirma Paranhos, em referência ao leilão realizado no último dia 7 pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) em que o grupo CCR arrematou a concessão por 30 anos de nove aeroportos localizados no Sul do Brasil – incluindo Afonso Pena, Bacacheri, Governador José Richa/Londrina e Cataratas/Foz do Iguaçu – com uma proposta de R$ 2,128 bilhões, ágio de 1.534%.

O prefeito justifica que a concessão é necessária devido ao crescimento do aeroporto, às normas rigorosas do setor de aviação e à capacidade do município de seguir promovendo as melhorias necessárias. “Cascavel se tornou um aeroporto grande”, avalia.

Após décadas de indefinições e estrutura acanhada, em 2017 teve início um plano de investimentos no terminal: aproximadamente R$ 42 milhões, entre recursos federais, estaduais e do município, foram destinados a obras como um novo terminal de passageiros de 6 mil metros quadrados, dois fingers (pontes de acesso às aeronaves, construídas com recursos de Itaipu), uma avenida de acesso ao terminal, iluminação de LED, novo pátio de aeronaves, cercamento e nova taxiway. As obras foram entregues em outubro do ano passado.

“Só falta o nivelamento na lateral da pista, que a prefeitura está fazendo com equipamentos próprios”, afirma Paranhos, que cita que outra melhoria foi uma nova área de hangares. A construção de um terminal de cargas também deve ser planejada pela Infraero por meio do convênio com a prefeitura.

Hoje, duas companhias aéreas, Azul e Gol, operam no Aeroporto de Cascavel, que tem rotas para Campinas, Curitiba e Guarulhos. A previsão é que a Latam passe a operar no terminal no segundo semestre. Antes da Covid-19, o aeroporto teve movimento de 330 mil passageiros/ano. Com a perda de fluxo decorrente da pandemia, as receitas do terminal sofreram queda de 60%. Com a retomada pós-Covid, a projeção é chegar a 1 milhão de passageiros em 2022.

A exemplo das prefeituras de Maringá e Ponta Grossa, que dizem não temer que seus aeroportos fiquem em segundo plano com os investimentos da CCR em terminais próximos (Londrina e Curitiba), Paranhos não acredita que as melhorias no Cataratas/Foz do Iguaçu, localizado a 140 quilômetros de distância, serão um problema para o futuro do Aeroporto de Cascavel.

“Temos 1,2 milhão de habitantes na região. Em Foz do Iguaçu, por ser aeroporto internacional, a taxa de embarque é mais cara. Cascavel pode atender desde cidades do Noroeste até do Sudoeste do Paraná. Nosso desempenho como aeroporto regional é espetacular. De São Miguel do Iguaçu (município entre Cascavel e Foz) para cá, pegamos o movimento”, argumenta.

Sociedade Rural cobra mais companhias e regularidade em voos

Modesto Félix Daga, vice-presidente do Sindicato Rural de Cascavel, aponta que o aeroporto precisa de mais companhias em operação e mais regularidade na oferta de voos, mas acredita que o terminal começa a se aproximar de atender às necessidades do setor produtivo.

“Os aeroportos são os olhos de desenvolvimento de cada região. Quem poderia investir numa cidade com uma produção primária tão grande como Cascavel, para agregar valor? Grandes empresas e fundos de investimentos. E esses executivos precisam fazer reuniões rápidas, de deslocamentos rápidos”, explica. “Nós já temos valores agregados que sofrem com isso, como o laboratório de produção de medicamentos da Prati-Donaduzzi, em Toledo.”

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