Na revisão do Plano Nacional de Imunização (PNI) feita pelo Ministério da Saúde em março, o grupo prioritário para a vacinação contra a Covid-19 que teve maior aumento no número estimado de pessoas a serem vacinadas no Paraná foi o dos caminhoneiros: a meta passou de 33.454 para 135.263 pessoas, um acréscimo de mais de 100 mil.
Entidades que representam a categoria, entretanto, dizem que o número continua subdimensionado. A Federação dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários do Estado do Paraná (Fetropar) aponta que o estado tem atualmente cerca de 130 mil caminhoneiros contratados por empresas, categoria representada pela entidade. Já o Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Estado do Paraná (Sindicam-PR) estima que haja 92 mil caminhoneiros trabalhando por conta própria no estado. A soma dos dois números ultrapassa em quase 90 mil pessoas o dado informado pelo Ministério da Saúde.
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“A estatística que temos é de 2019, do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos). Talvez nesse momento seja até mais gente, porque o caminhoneiro nunca trabalhou tanto quanto agora”, diz Moacir Ribas Czeck, presidente da Fetropar. Segundo ele, a federação enviou ofício à Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) e ao Ministério da Saúde para revisar os números.
Nos planos nacional e estadual de vacinação contra a Covid-19, os caminhoneiros foram colocados respectivamente na 27ª e na 26ª posições. No início de abril, o Sindicam-PR apresentou uma reivindicação à Sesa para que os profissionais da área no Paraná recebam a imunização com mais urgência.
“Os caminhoneiros que estão sendo vacinados é por idade. Porém, do pessoal na casa de 70 anos, poucos estão na ativa. A média de idade da categoria é mais baixa porque é um serviço pesado”, argumenta Josemar Francisco Cunha Bueno, diretor-presidente do Sindicam-PR. “Entendemos a importância de todos os grupos prioritários, mas o caminhoneiro viaja o Paraná inteiro e não pode parar: 70% de tudo que é produzido no Brasil é transportado por rodovia. Até a vacina (contra a Covid-19) e os insumos em algum ponto passam pelo caminhão.”
A Sesa informou que os números e a ordem de vacinação dos grupos prioritários são definidos e enviados aos estados pelo Ministério da Saúde, por isso a pasta não poderia se pronunciar sobre as contestações dos caminhoneiros. A assessoria de imprensa do ministério, por sua vez, não respondeu ao pedido de entrevista feito pela Gazeta do Povo até o fechamento desta reportagem.
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