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Casa Klemtz
Casa Klemtz| Foto: Henry Milleo/Gazeta do Povo

A Procuradoria Geral do Município de Curitiba decidiu arquivar a sindicância interna que apurava uma possível relação entre peças do acervo que sumiram da Casa Klemtz e objetos que apareceram na chácara do prefeito Rafael Greca (DEM).

O caso gerou muita repercussão às vésperas da eleição municipal de 2016, após uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo. A denúncia apontou que algumas obras de arte que originalmente estavam no acervo da Casa eram semelhantes a itens que apareciam em fotografias postadas nas redes sociais por Greca, então candidato à Prefeitura.

À época da abertura da investigação, o comando da administração municipal era de Gustavo Fruet (PDT), que tentava a reeleição e é adversário político do atual prefeito.

Em nota, a atual gestão informou que a sindicância foi arquivada porque “não surgiram elementos que comprovassem os fatos que deram origem às diligências”. A PGM levou em conta laudo pericial, anexado ao processo, atestando que as obras que aparecem nas fotografias em redes sociais de Greca não são as mesmas que sumiram da Casa Klemtz. “Além disso, o fato já está prescrito”, finaliza a nota oficial emitida pela Prefeitura.

Ainda em 2016, a Fundação Cultural, durante a Gestão Fruet, chegou a apresentar a avaliação de uma das peritas responsáveis pela restauração da Casa Klemtz, em 2007, afirmando que haveria indícios e evidências notórios de que os bens desaparecidos da Fundação Cultural de Curitiba (FCC) seriam os mesmos localizados na chácara de Rafael Greca. Ele sempre negou as acusações e chegou a afirmar, em nota emitida no ano da eleição, que as peças em questão eram herança do avô dele, Manoel Valdemiro de Macedo, e do acervo dos avós da esposa, Margarita.

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Um procedimento administrativo da Promotoria de Justiça e Proteção ao Patrimônio Público de Curitiba, do Ministério Público do Paraná, também não comprovou relação entre as obras que sumiram e as que estavam na chácara do atual prefeito.

Onde estão as peças?

As peças ainda não apareceram. Ao todo, são 12 as que sumiram do acervo da Casa e que seguem sendo procuradas pela administração. Entre estas obras, estão um lavatório do século 19, uma cristaleira “étagére” e um outro lavatório de quarto com tampo de mármore e espelho bisotado que seriam os apontados como supostamente registrados nas redes sociais do prefeito.

Casa Klemtz

Adquirida em 1995 pela primeira gestão de Greca, a Casa Klemtz foi construída em 1896. O imóvel é uma Unidade de Interesse de Preservação (UIP) desde 1982 e se localiza no Bosque da Fazendinha. Desde 2015 funciona no local a Escola Pública de Trânsito (EPTran).

No ano passado, a Promotoria de Justiça de Proteção ao Meio Ambiente de Curitiba do Ministério Público ajuizou uma ação civil pública exigindo que o município faça a restauração do imóvel. O caso começou ainda em dezembro de 2014, quando foi fechado o Museu Casa Klemtz. À época, o local estava abandonado e era alvo constante de pichações e vandalismo.

Desde então, passou por restauros para o seu uso atual, pela EPTran. No entanto, nem todas as exigências de restauro pedidas pelo MP haviam sido atendidas.

O caso segue tramitando na Justiça.

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