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Luis Felipe Manvailer durante depoimento em seu julgamento em Guarapuava.
Luis Felipe Manvailer durante depoimento em seu julgamento em Guarapuava.| Foto: Reprodução/Youtube

O biólogo Luis Felipe Manvailer foi condenado nesta segunda-feira (10) em júri popular pela morte da esposa, a advogada Tatiane Spitzner, em 2018. O julgamento, realizado em Guarapuava, durou sete dias e terminou com o réu considerado culpado dos crimes de homicídio com as qualificadoras de feminicidio, meio cruel e motivo fútil, além de fraude processual. Todos os sete jurados eram homens.

A pena anunciada pelo juiz Adriano Scussiatto Eyng foi de 31 anos, 9 meses e 18 dias - sendo 30 anos pelo homicídio e o restante pela fraude processual. O magistrado também determinou o pagamento de R$ 100 mil por danos morais à família de Tatiane Spitzner. Ainda há possibilidade de recurso. Na sentença, o juiz cita a tentativa de fuga para o Paraguai e não permite que Manvailer, preso desde a época do crime - 2 anos e 9 meses -, recorra em liberdade.

Ainda em sua decisão, o juiz Adriano Scussiatto Eyng destacou que Tatiane Spitzner sofria com um relacionamento abusivo, citando inclusive mensagens trocadas pela vítima com amigas em que ela reclamava do casamento.

O réu foi interrogado no domingo (9), no sexto dia de julgamento, e falou por mais de 11 horas, até a madrugada desta segunda-feira (10). Durante seu depoimento, afirmou que não matou Tatiane, com quem era casado desde 2013, e pediu perdão à família dela. “Primeiramente, antes de começar a responder, eu gostaria de primeiro pedir perdão à família da Tatiane por todas as agressões que eu cometi. Eu não matei a Tatiane, gostaria de pedir perdão pelo mesmo motivo para minha família, eles sabem que não sou assim, e a todas as mulheres do Brasil, pedir perdão por isso. Eu não matei Tatiane”, declarou.

O julgamento de Manvailer chegou a ser adiado três vezes, a última delas em fevereiro, quando a defesa se retirou da sessão alegando ter seu trabalho cerceado depois que o juiz impediu o uso de um vídeo como prova de defesa. Antes, um caso de Covid-19 de um dos advogados de Manvailer e, depois, um pedido da defesa com alegação de incompatibilidade de datas haviam sido os causadores dos adiamentos.

O caso

A morte da advogada Tatiane Spitzner ocorreu em 22 de julho de 2018. Ela e o marido, o biólogo Luis Felipe Manvailer, haviam voltado da festa de aniversário dele em um bar. Imagens das câmeras de segurança do prédio em que moravam, em Guarapuava, mostram que o casal chegou brigando. Luis Felipe aparece agredindo a esposa dentro do carro, na garagem e no elevador. Pouco depois de subirem para o apartamento, vizinhos ouviram um barulho e o corpo da advogada foi encontrado após cair do 4º andar do edifício. O biólogo a levou para cima, limpou o sangue no elevador, e em seguida saiu de carro, no mesmo instante que a polícia chegava ao local. Horas mais tarde, ele foi preso ao sofrer um acidente em São Miguel do Iguaçu, já perto de Foz do Iguaçu, a 340 km de Guarapuava. Luis Felipe admitiu as agressões à vítima, mas negou que tenha matado a esposa. Em sua defesa, afirmou que ela se jogou da sacada.

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