Perto de completar três anos de sua inauguração, a extensão da pista de pousos e decolagens do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu está mais próxima de ser colocada em uso. A CCR Aeroportos, concessionária responsável pela administração do terminal, informou nesta segunda-feira (18) que vai concluir as obras e homologar a extensão junto aos órgãos responsáveis.
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A expectativa da empresa é que a pista de pousos e decolagens do Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu esteja em plena operação a partir de março de 2025. O longo prazo se explica, de acordo com a concessionária, pelo fato de que o processo de homologação cerca de 12 meses. Os investimentos foram estimados em R$ 20 milhões.
Na nota encaminhada à Gazeta do Povo, a empresa reforça que “não há previsão contratual para que a CCR Aeroportos execute as referidas obras”. A concessionária afirma que buscou manter diálogo com a Infraero, antiga gestora do aeroporto, “mas não houve avanços para que as pendências relacionadas à extensão da pista fossem solucionadas”.
Concessionária vai buscar ressarcimento do valor investido nas obras
O texto segue, apontando que a impossibilidade de receber voos comerciais e cargueiros de maior proporção está causando prejuízos não só à concessionária, mas ao setor produtivo de Foz do Iguaçu. Após uma série de estudos e avaliações técnicas, disse a assessoria, a empresa decidiu concluir as obras, instalar os equipamentos necessários e realizar o processo de homologação da pista junto à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).
À reportagem, a assessoria de imprensa da CCR Aeroportos confirmou que a empresa não esperava ter que dispender valores para este investimento. Após a conclusão das adequações necessárias, a concessionária disse que vai buscar o ressarcimento dos valores junto aos órgãos responsáveis.
Em nota enviada à Gazeta do Povo nesta terça-feira (19), a Infraero explicou que a obra de expansão da pista de pousos e decolagens foi finalizada durante o período em que esteve à frente da administração do Aeroporto de Foz do Iguaçu. Na transferência de gestão, por conta da privatização do terminal, a CCR Aeroportos teria ficado responsável apenas pela conclusão do processo de homologação.
"Diferentemente do que afirma a CCR, conforme confirmado pela própria Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a responsabilidade pela continuidade do processo é da concessionária, atual administradora do Aeroporto de Foz do Iguaçu, nos termos das regras previstas no contrato de concessão", conclui a nota.
Impasse existe deste a inauguração da extensão da pista
O impasse entre CCR e Infraero existe desde o dia 7 de abril de 2021. No período da manhã, a CCR Aeroportos arrematou os terminais de Afonso Pena e Bacacheri, em Curitiba; José Richa, em Londrina; e o Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu em um leilão promovido pela Anac. À tarde, a extensão da pista foi inaugurada, contando com a presença do governador do Paraná, Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) e do então presidente da República, Jair Bolsonaro (PL).
Apesar de nunca ter sido utilizada, a extensão fez com que o aeroporto da fronteira tivesse, até então, a maior pista do Sul do país. O posto foi perdido em maio de 2022, quando foi entregue a obra de expansão da pista do Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre. No terminal instalado na capital gaúcha a pista foi aumentada em mais de 900 metros, e com os atuais 3,2 quilômetros passou a ser a maior do Sul do Brasil. Diferente da instalação em Foz do Iguaçu, a extensão da pista do Salgado Filho vem sendo utilizada desde a inauguração.
Discussão sobre a homologação da extensão da pista chegou à Câmara de Vereadores
A indecisão sobre quem seria responsável pelas adequações necessárias à homologação chegou até a Câmara de Vereadores de Foz do Iguaçu. No início de março, o legislativo municipal publicou um requerimento no qual pedia explicações à CCR e à Infraero sobre o atraso na homologação da extensão da pista. O prazo dado foi de 30 dias.
À Gazeta do Povo, o presidente da Câmara, vereador João Morales (União) ponderou que se a homologação tivesse sido concluída, o terminal do aeroporto estaria recebendo mais voos, tanto de passageiros quanto de cargas.
“Queremos explicações dos órgãos competentes sobre por que não foram feitas as adequações exigidas pela Anac para liberar a pista em toda sua extensão. Até o momento não houve nenhuma manifestação para sanar este problema. Um empurra para o outro e ninguém resolve”, disse Morales.
A vereadora Anice Nagib Gazzaoui, presidente da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento, Turismo, Indústria e Assuntos Fronteiriços de Foz do Iguaçu, reforçou que a falta de homologação está afetando negativamente a região. Caso a pista estivesse totalmente disponível para uso, apontou, novas rotas aéreas poderiam estar atendendo a região.
“Não quero entrar no mérito se a culpa é da CCR ou da Infraero, mas nós como município precisamos que se resolva esse problema. Ambas têm responsabilidade, e precisam se unir para dar essa resposta à população. É muito importante que haja esse retorno por parte das duas sobre os questionamentos que a Câmara está apresentando”, completou.
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