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Paraná deve ser porta de entrada no país de vacina russa contra o coronavírus
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O governo do Paraná deve assinar nesta quarta-feira (12) convênio de cooperação técnica com o governo russo para a realização de testes e a transferência de tecnologia da vacina Sputnik V, a primeira vacina registrada contra o coronavírus no mundo. Pelo convênio, o Paraná participará da fase 3 dos testes e, caso a imunização seja aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), estará autorizado a produzir e distribuir a vacina em seu território. O convênio deverá ser formalizado em reunião entre o governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) e o embaixador da Rússia no Brasil, Sergey Akopov.

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Apesar de ter sido a primeira registrada no mundo, a Sputnik V não é a vacina mais avançada em desenvolvimento. Enquanto a legislação da maioria dos países só permite o registro após a conclusão da fase 3 dos testes, quando se testa, em um grande número de pacientes, a segurança e a eficácia da vacina, na Rússia pode-se registrar a partir da conclusão da primeira fase, o que ocorreu com a Sputnik V. O convênio deve prever, inclusive, a realização da fase 3 dos testes em pacientes paranaenses, assim como já vem ocorrendo com a vacina chinesa, produzida pelo laboratório Sinovac, que está sendo testada pelo Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná.

O protocolo deve se assemelhar ao das outras duas vacinas em teste no país: aplicação da fase clínica da vacina e, se os resultados forem positivos, transferência de tecnologia para a produção e distribuição local. Assim teríamos no país a vacina de Oxford sendo testada e, posteriormente (se aprovada) produzida pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a do Sinovac sendo desenvolvida em parceria com o Instituto Butantan e, agora, a vacina russa em parceria com o Tecpar.

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Procurada pela reportagem a Casa Civil do governo do Paraná confirmou que há uma reunião marcada para esta quarta-feira, mas não adiantou os termos do acordo, que, segundo o governo, ainda serão discutidos neste encontro. Em entrevista à GloboNews, no entanto, o diretor-presidente do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), Jorge Callado, antecipou que o instituto será o responsável por todas as etapas do convênio, da pesquisa à distribuição da vacina, caso aprovada.

"Estamos numa fase muito inicial dessas tratativas, para que tenha qualquer troca de informações, qualquer reunião mais avançada, é necessária a assinatura do acordo entre o governo do Paraná e a Rússia, que está prevista para acontecer", afirmou, esclarecendo que, no Brasil, a vacina só poderá ser registrada após a validação da fase 3 dos testes e que até mesmo para que os testes sejam iniciados será necessária aprovação da Anvisa, após conhecimento dos protocolos russos. Para Callado, mesmo que todas as etapas sejam bem sucedidas sem contratempo, a distribuição da vacina não deverá ocorrer antes do segundo semestre de 2021.

No início da tarde desta terça-feira, o governo do estado emitiu nota sobre o tema. Confira a íntegra:

"O Governo do Paraná informa que está em tratativas com a Embaixada da Rússia no Brasil para participar do desenvolvimento de uma vacina contra a Covid-19. Neste momento, as negociações prosseguem entre as partes.

Dentro deste processo, nesta quarta-feira (12) haverá uma reunião técnica com o embaixador da Rússia no Brasil, Sergey Akopov, e equipe.

O encontro é para definir os termos de um possível acordo entre as partes.

O Governo do Estado reforça que o Instituto Tecnológico do Paraná (Tecpar) é um órgão com capacidade técnica para participar do processo.

Após o encontro novas informações serão fornecidas."

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