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Já está em execução o programa de investimentos da Copel para 2018, que deve absorver R$ 2,9 bilhões, conforme o planejamento aprovado pelo Conselho de Administração da empresa e comunicado ao mercado em dezembro do ano passado. Entre as obras previstas, destaca-se o fortalecimento dos sistemas de transmissão e distribuição no Estado do Paraná, com a construção de 16 novas subestações. Curitiba, 30/01/18. Foto: Daniela Catisti/ Copel
Copel investe em operações dentro e fora do Paraná.| Foto: Daniela Catisti/Copel

A operação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) que teve como alvo o escritório do deputado federal Ricardo Barros (PP), no último dia 16, chamou a atenção pelo objeto da investigação: a venda de uma usina eólica no Rio Grande do Norte, à Companhia Paranaense de Energia (Copel). Há suspeita de corrupção (leia mais no fim da reportagem). Apesar de paranaense, a empresa mantém operação em outros nove estados da federação, o que lançou dúvidas sobre as motivações e a relevância de tais negócios. Para o presidente da Copel, Daniel Pimentel Slaviero, apesar de a atual diretriz da companhia ser de focar seus investimentos em geração, transmissão e distribuição de energia no Paraná, os negócios fora do estado são estratégicos para a companhia e a consolidam entre as maiores empresas do país.

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“Esses ativos são muito importantes e fazem parte do portfólio total da Copel. A Copel tem 6,3 GW de geração. As novas fronteiras de energia são a eólica e a solar. Na solar, a Copel não atua ainda, mas na eólica, temos um cluster importante no Rio Grande do Norte. São mais de 750 MW, mais de 12% de nossa capacidade de geração. E está lá porque a incidência de ventos no Nordeste é muito maior do que no restante do Brasil”, justifica Slaviero. “Temos uma usina no Mato Grosso, a Colider, de 350 MW. E fomos para Mato Grosso porque não há mais espaço para empreendimentos desta envergadura no Paraná. O Rio Iguaçu já tem seis usinas, o Rio Piquiri está em análise, então, não tem mais grandes projetos, apenas PCHs, que são limitados a 30 MW. Na questão solar, estamos com um projeto piloto em Bandeirantes. A Copel olha como uma empresa nacional, com olhar nacional, mas com foco no Paraná. Essa é a diretriz”, prossegue.

Além de três complexos eólicos no Rio Grande do Norte (e um quarto em construção, cujo leilão foi vencido na atual gestão, em 2019) e da usina no Mato Grosso, a Copel possui duas subestações em São Paulo, participação em uma subestação no Rio Grande do Sul e em três no Mato Grosso e participação em linhas de transmissão no Maranhão, Bahia, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

O presidente da Copel esclareceu que a orientação do governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD), no início do mandato, em 2019, foi para que a companhia focasse em investimentos no Paraná. “Para o governador, a infraestrutura e a energia são base para o desenvolvimento e o crescimento do estado. E ele sempre se incomodou muito ao notar que o Paraná ainda sofria com queda de energia e oscilações que prejudicavam a produção do local. Então, neste sentido, estamos fazendo investimentos maciços na Copel Distribuição. Em 2020, será o maior investimento da história, R$ 1,070 bilhão visando fazer esse investimento. Os 25 mil km do Paraná Trifásico, especificamente na área rural, para dar confiabilidade à rede de energia, e as redes elétricas inteligentes, que preveem a oferta deste serviço inteligente a 1,5 milhão de unidades consumidoras. São os maiores programas do Brasil”, disse.

“Mas isso não quer dizer que a companhia vai deixar de olhar oportunidades fora do estado”, emendou Slaviero. “A Copel atua em 10 estados, está entre as cinco maiores empresas integradas de energia do Brasil e, se ela quiser continuar competitiva, com a maioria dos players sendo privados ou em privatização, ela precisa de escala. E não vai conseguir escala operando só no Paraná”, disse. “Dedicamos 2019 e 2020 quase que exclusivamente para o Paraná. A partir de 2021, acho que com a conjuntura de retomada do país, a Copel seguirá atenta para manter-se consolidada entre as cinco maiores empresas de Energia do Brasil e as 35 maiores empresas do Brasil”, concluiu.

Investigação baseada em delação premiada

Com base em delação premiada de executivos da Galvão Engenharia, o Ministério Público do Paraná investiga a participação de Ricardo Barros (PP), então secretário da Indústria e Comércio do governo Beto Richa (PSDB), na intermediação da venda de uma usina eólica no Rio Grande do Norte à Copel. Em depoimento, Dário Queiroz Galvão Filho afirmou ter feito doações oficiais de campanha ao PP para viabilizar a venda da São Bento Energia à empresa paranaense. O hoje deputado federal, líder do governo na Câmara, nega as acusações de irregularidade e diz que está tranquilo e colaborando com as investigações.

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