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Ações de empresas paranaenses em alta na bolsa; vale a pena investir?
| Foto: Pixabay

Interessados em boas ações na bolsa de valores podem voltar os olhos ao Paraná. É que o estado tem apresentado bons resultados na Bovespa (B3), a Bolsa de São Paulo – principal do Brasil. Números que ultrapassam em muito o termômetro oficial para medir o desempenho de um papel: o índice Ibovespa, uma espécie de carteira com ações de diversos segmentos que dão o tom do volume de negociações na casa.

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A Copel, por exemplo, viu suas ações mais negociadas na B3 valorizarem 151% de setembro de 2018 a setembro de 2019. O Ibovespa, no mesmo período, subiu 39%. A Sanepar, por sua vez, teve 94% de valorização de suas principais ações nestes 12 meses.

Os números podem trazer um senso de oportunidade para investidores a fim de melhorar seus rendimentos em um cenário em que aplicações conservadoras se tornaram pouco atraentes. Enquanto a porcentagem dos brasileiros que apostam nesse modelo é tímida – não chega a 10% dos donos de aplicações financeiras no Brasil, segundo a Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima) – há sinais de mais interesse nessa modalidade. Recentemente ultrapassou um milhão de pessoas físicas investindo em ações.

A conjuntura econômica brasileira é a explicação: o Brasil viu sua taxa básica de juros, a Selic, cair sucessivas vezes nos últimos dois anos. De 14,25% em 2016, por exemplo, veio para 5% atuais. Se a ideia, por um lado, é movimentar a economia cobrando menos pelo dinheiro, por outro, derrubou os rendimentos da caderneta de poupança – que dependem e muito dos juros para valer a pena.

Há motivos para os receios com a aposta na bolsa. É que uma aplicação bem feita depende muito de uma série de fatores que predizem se uma empresa vale mais ou menos. Um deles é a volatilidade externa. Questões como a guerra comercial entre Estados Unidos e China e a incerteza política na Argentina – que parece seguir um caminho político difícil de prever – mexem com a Bolsa brasileira. A queda das ações da Klabin, por exemplo, é resultado disso.

Há também as questões internas. Os pacotes de privatização e uma diretriz liberal da política nacional têm peso positivo para vários segmentos. E isso explica, em partes, os bons resultados de Copel e Sanepar.

Para os analistas, é preciso pesar todos estes fatores e se o desejo é de investimento a longo prazo ou ganho em operações de curto prazo (comprar hoje para vender no mesmo dia ou poucos dias –os trades). “Em ambos os casos o investidor deve olhar mais para o futuro do que para o passado”, sugere Lauro Martins Nova, analista de fundos da Nova Invest.

Copel e Sanepar, cases paranaenses

As duas empresas de economia mista, mas controladas pelo estado do Paraná, Copel e Sanepar, já chamaram a atenção no início do ano pelo bom desempenho de suas ações – crescimento moderado para médio, mas sustentável. Esse movimento pode ter mais emoções nos próximos meses em decorrência de ações políticas.

A Sanepar, que hoje negocia seu principal papel, a SAPR4, a R$ 16,75, pode se beneficiar de uma abertura comercial do Brasil. É que estes acordos podem baratear a compra de produtos, equipamentos e tecnologia para aplicar na melhoria de seus ativos, algo essencial neste segmento.

Por outro lado, há que se ver como a empresa reage às mudanças do “marco regulatório do saneamento básico” – um conjunto de alterações legislativas (que já tramita no Congresso) que pode abrir a concorrência deste serviço a empresas privadas. Para especialistas, a inciativa privada deverá atrair a atenção dos investidores. Não há, porém, planos do governo paranaense de abrir mão do controle da estatal.

O fato é que a Sanepar é vista como um papel atrativo por corretoras como Toro Investimentos, Itaú BBA e XP  sobretudo por ter um plano de reajustes claros e solidez das contas.

No outro caso, o da Copel, as ações mais comercializadas, a CPLE6, mais que dobraram de valor nos últimos 12 meses. Enquanto em setembro de 2018 era comercializada a cerca de R$ 20, hoje está na casa dos R$ 50. Somente de janeiro a setembro, subiu R$ 20.

No caso da estatal, há a expectativa de que a empresa privatize a sua Telecom, e isso tem sido bem visto pelo mercado, que considera suas ações baratas. Não é o único fator. A empresa apresentou bons números de resultado no primeiro semestre e conseguiu controlar os custos de distribuição. Para analistas, é uma opção interessante em médio e longo prazo.

Expectativa de melhora

Entre as principais empresas paranaenses listadas na B3, uma se destaca pelo contrário; o resultado ruim. A KLBN11, principal ação negociada pela empresa de celulose e embalagens Klabin, amargou queda de 9,79% nos últimos 12 meses (hoje é negociada a R$ 2,95), ocasionado principalmente por uma demanda menor da commodity no mundo.

A depressão se acentuou nos últimos meses, com a guerra comercial entre Estados unidos e China. É que a paranaense é uma grande exportadora de papéis para embalagem. Quando menos mercadorias circulam no mundo, menos embalagens são demandadas.

Para os analistas, não significa algo irrecuperável. Muito pelo contrário. Para investimentos de longo prazo, a empresa pode ser uma excelente opção, já que estão baratas. A KLB11 tem um p/l (indicador que calcula se o preço da empresa está caro ou barato) relativamente baixo, de 3,65. Para comparar, a Suzano S/A tem o índice muito acima: 40. Significa, na prática, que estão baratas – tanto que integram lista de corretoras como Itaú BBA neste quesito.

O segredo aqui é ter perspectiva de segurar os papéis por vários meses, até que o mercado internacional se recupere e os preços e encomendas voltem a subir. Como a empresa é sólida e tem bom nome, a tendência é que recupere seu espaço.

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