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O ministro interino da Saúde, Eduardo Pazuello afirmou, nesta quinta-feira (23), que o governo federal possui um estoque de emergência de medicamentos que poderá ser enviado ao Paraná, utilizando a logística do exército, em menos de 24 horas, caso o estado chegue à situação de escassez de drogas antes de a compra conjunta, via governo federal ser concretizada. Pazuello está com sua equipe em Curitiba, participando de uma série de reuniões técnicas com o governo do estado para tratar do combate ao coronavírus no estado.

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“Estamos em um processo de licitação coordenada pelo ministério para todos os estados. Na próxima semana, serão entregue as propostas de preços. Aí, os estados poderão fazer a compra direta, das quantidades certas daquilo que precisam, sem o medo de desabastecimento”, disse o ministro.

Questionado sobre a declaração do secretário de Saúde do Paraná, Beto Preto, que disse ter medicamentos no estado somente para mais quatro dias, ele citou, então, a possibilidade de entrega emergencial. “Fizemos uma compra do Uruguai e entregamos com auxílio do exército, para o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, que estão em situação ainda pior. Temos um estoque emergencial e, se chegar ao ponto de faltar no Paraná, o Exército poderá ser acionado para uma manobra que garantiria o abastecimento em menos de um dia. Se faltar, vai chegar. O que temos que fazer é uso racional e ajuda mútua entre os municípios para adiarmos esse momento da falta”, disse.

Pazuello também garantiu a reabilitação de cerca de 300 leitos de UTI hoje custeados pelo Ministério da Saúde, mas com os contratos vencendo no final do mês e prometeu fazer novas habilitações, como solicitado pelo estado. “Habilitação de leitos é um procedimento de rotina, vamos renovar os leitos já habilitados e vamos, no processo normal, habilitar todos aqueles que o Paraná está pedindo. Não é favor, é obrigação do Ministério, temos recurso para isso, isso vai numa progressão e segue numa linha técnica”, afirmou.

O ministro elogiou a estratégia do estado de antecipar inauguração de hospitais em construção ou reutilizar estruturas hospitalares ociosas ao invés de investir em hospitais de campanha. “É espetacular. Tendo estruturas fixas próprias, ociosas ou para concluir, é a melhor solução. Hospital de Campanha virou um nome, montar hospital de campanha é uma faina que só mesmo as forças armadas para conseguir montar. O Paraná tem uma estrutura hospitalar consolidada e foi muito bem utilizada”, declarou.

Dizendo dar total apoio a qualquer decisão que seja tomada pelos gestores municipais, o ministro transferiu para os prefeitos a responsabilidade sobre medidas de incentivo ao isolamento social como a imposição de quarentenas ou o fechamento de algumas atividades comerciais. “Não cabe ao ministro executar essa ou aquela medida de isolamento ou se pronunciar sobre a ação do gestor. O gestor de ponta da linha do município ou do estado que tem, por lei, essa autonomia. Qualquer pronunciamento meu seria apenas político. Temos que olhar para o gestor que está com a pressão de tomar decisões duras e dizer que vamos apoiar ele em qualquer decisão que tomar, porque a decisão que está tomando é, na cabeça dele, a melhor decisão, olhando para a situação de seu município. O Ministério está muito longe desse olhar sobre a situação de cada município”, afirmou.

Com a visita ao Paraná, Pazuello conclui seu roteiro pelos três estados do Sul do Brasil, região que vem apresentando a maior curva de crescimento de casos de Covid-19 no momento. “Estamos no inverno, a curva tende a crescer no Sul, como cresce em toda a doença respiratória. A curva de contaminação é inevitável, temos que dar resposta à curva de óbito. Temos que ter a melhor preparação para evitar que aconteça o óbito. O óbito não é consequência da contaminação, é consequência do que fazemos. Estamos aqui para compartilhar o histórico de aprendizagem que tivemos com o que já aconteceu nos outros estados. Se tivermos o tratamento precoce, o diagnóstico clínico e a prescrição de medicamentos que o médico julgue que tem que prescrever, o paciente tende a ficar bom, o resultado não é o óbito. O atendimento precoce é o que o ministério defende. Não é mais para ficar em casa esperando piorar. Procure o médico imediatamente após o primeiro sintoma”, concluiu.

Confira a íntegra da entrevista

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