O monitoramento sobre a derrubada de mata nativa, feito a partir da análise de imagens de satélite, indicou que o ritmo ficou reduzido a quase zero em nove estados brasileiros. Foi o que mostrou o mais recente levantamento divulgado pela Fundação SOS Mata Atlântica. Ceará, Alagoas, Rio Grande do Norte, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraíba, Pernambuco, São Paulo e Sergipe tiveram menos de 100 hectares desmatados, o equivalente a 1 quilômetro quadrado no período de um ano – entre 2017 e 2018. Mato Grosso do Sul, Goiás e Rio Grande do Sul também caminham para chegar nessa marca.
Enquanto boa parte dos estados com presença do bioma Mata Atlântica conseguiu frear o avanço sobre as áreas nativas, o Paraná caminha no sentido inverso, com aumento na área desmatada. Entre 2017 e 2018 foram 2049 hectares, ficando em terceiro lugar no ranking nacional, atrás apenas de Minas Gerais (3379) e Piauí (2100), e à frente Bahia (1985) e Santa Catarina (905).
No ano anterior, o Paraná também ficou na terceira colocação, na época com 1,6 mil hectares derrubados. Em alguns estados, a realidade é que a mancha verde foi diminuída a níveis tão baixos que já não é possível registrar casos de desmatamento em larga escala.
O Atlas de Remanescentes mapeia apenas áreas superiores a 3 hectares contínuos, preservados ou em estágio avançado de regeneração. Assim, manchas urbanas ou trechos muito pequenos são desconsiderados. Hoje, restam apenas 12,4% do que havia originalmente de Mata Atlântica no Brasil.
A direção de Gestão do Patrimônio Natural comenta que já espera que os resultados do levantamento da Fundação fossem negativos. Para Aristides Athaydes, diretor do órgão ligado à Secretaria Estadual de Desenvolvimento Sustentável, acredita que os números – que considerou incontestáveis – sejam fruto da política adotada em governos anteriores, baseada na falta de fiscalização e na perspectiva da impunidade, aliada à ausência de incentivo à preservação.
O diretor destaca que algumas medidas já estão sendo tomadas pela atual gestão, na busca por frear o avanço sobre as áreas naturais. Além da perspectiva de realização de concurso público para a contratação de pessoal, a diretoria pretende alavancar o convênio com a polícia ambiental e, em breve, passar a usar um sistema de mapeamento em tempo real que permite a fiscalização remota. Aristides ainda destacou que estão sendo implementadas algumas ações de estímulo à preservação, que ele espera que tenham efeitos imediatos.
Histórico de desmatamento
Ano após ano, o Paraná aparece no topo do ranking de derrubada de Mata Atlântica. Na busca por explicar o esse fenômeno, a Gazeta do Povo preparou, em 2018, um material analítico sobre o caso, que você pode conferir aqui.
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