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Cidades do Paraná lidam com coronavírus e dengue ao mesmo tempo
| Foto: Pixabay

O novo coronavírus já fez 33 vítimas no Paraná desde que a doença chegou ao estado, em março. Mas essa não é a única ameaça atual à saúde dos paranaenses: a dengue também já matou 78 pessoas no estado esse ano, sendo 68 de março para cá. De acordo com o Ministério da Saúde, mais da metade dos municípios paranaenses enfrenta epidemia da doença causada pelo mosquito Aedes aegypiti.

Segundo o último boletim epidemiológico divulgado pela Secretaria Estadual da Saúde (Sesa), no último dia 7, já são mais de 100 mil casos de dengue no Paraná, contados desde agosto de 2019, contra pouco mais de 24 mil no mesmo período do ano passado.

Londrina, na região Norte, é a cidade com maior número de infecções por dengue: são mais de 8 mil desde o início da contagem, em agosto de 2019, e 11 mortes registradas somente em 2020, de acordo com a secretaria municipal. A segunda cidade mais populosa do estado já soma também 72 casos de Covid-19 e 4 mortes pela doença.

Para separar as doenças e evitar o contágio “cruzado”, no município, duas unidades de saúde atendem exclusivamente casos de dengue, e outras seis somente sintomas respiratórios. Os casos graves de Covid-19 são encaminhados ao Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina (HU - UEL), que também é referência para receber pacientes de toda a região.

Segundo o secretário da saúde do município, Felippe Machado, a instituição tem, atualmente, 36 leitos de UTI exclusivos para casos de coronavírus, dos quais, oito estão ocupados. Apesar do aumento de casos, a cidade deve autorizar, a partir desta quarta-feira (15), a volta ao funcionamento da construção civil e das indústrias em geral, bem como a reabertura gradativa do comércio a partir do dia 20. Para tentar amenizar o risco de contágio, o uso de máscaras para quem frequentar o comércio ou locais públicos de tornou obrigatório no município.

“As duas epidemias que vivemos atualmente passam pelo comportamento social de cada cidadão. Por ter se tornado uma doença endêmica por aqui, as pessoas se acostumaram com a dengue e deixaram de cuidar. Temos 20 caminhões na rua recolhendo entulhos que podem ser focos do mosquito e, ainda assim, quando voltamos uma semana depois ao mesmo local, é comum encontrarmos novos detritos. Esperamos que o mesmo descuido não ocorra em relação ao coronavírus”, afirma Machado.

Região Oeste

Foz do Iguaçu, na região Oeste, é outra cidade que lida com as duas epidemias ao mesmo tempo: 5 mortes e mais de 4 mil casos de dengue confirmados desde agosto, além de 10 pessoas internadas pela doença atualmente e outras 10 internadas aguardando confirmação. Pela Covid-19, a cidade ainda não registrou nenhuma morte, mas tem 30 confirmações, sendo que três pessoas estão internadas em estado grave, além de 16 internados que aguardam o resultado dos exames.

Segundo a secretaria municipal de saúde, a expectativa é de que os casos de dengue já tenham atingido o pico na região e comecem a diminuir daqui para frente. Ainda assim, a prefeitura mantém nas ruas os servidores que trabalham em mutirões e fiscalizações de focos da dengue, e vai começar a realizar, nesta semana, a liberação de inseticidas pela cidade – o fumacê. Além disso, mantém “separada” a Unidade de Saúde João Samek exclusivamente para atender casos de dengue.

A manobra serve para livrar o atendimento do Hospital Municipal Germano Lauck, que é um dos centros de referência de Covid-19 para outros oito municípios da região. Até agora apenas iguaçuenses ocupam leitos no local, que tem, para o coronavírus, 17 espaços de UTI acessíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

Para o secretário municipal da saúde, Nilton Bobato, os leitos são suficientes para os números atuais da doença, mas não suportarão um aumento repentino nos casos graves. Nesta segunda-feira (13), Foz do Iguaçu anunciou que passou a ter os casos de transmissão comunitária da Covid-19. “Se a doença seguir nas proporções que tem alcançado no mundo todo, teremos que tomar outras providências”, afirma.

Foi com base nesse pensamento que a prefeitura de Foz voltou atrás na decisão de liberar gradualmente a reabertura do comércio, que aconteceria a partir dessa segunda-feira e tornou obrigatório o uso de máscaras em locais públicos. A cidade também realiza o levantamento de leitos disponíveis em hotéis, para que sejam usados no isolamento de casos leves do coronavírus. Isso, segundo o secretário, deve servir para evitar o caso de contágio entre as famílias, evitando o possível colapso do sistema de saúde.

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